terça-feira, 10 de junho de 2025

Itapetim lidera ranking dos maiores gastos per capita com São João em Pernambuco

              Ao contrário do que muitos imaginam, Caruaru – famosa por realizar o maior São João do mundo – não é o município com o São João mais caro de Pernambuco quando se considera o investimento proporcional à população. Essa análise, feita com base nos dados divulgados pelo Portal de Transparência das Festividades Juninas do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), revela que o título de "São João mais caro por habitante" em 2025 vai para Itapetim, no Sertão do Estado.

Com uma população estimada em 14.232 habitantes, Itapetim destinou R$ 1,7 milhão para apenas três dias de apresentações, o que representa um custo per capita de R$ 120,15 – mais de três vezes o valor investido por habitante em Caruaru, que gastará R$ 34,50 por pessoa mesmo com um investimento total de quase R$ 14 milhões.

Em segundo lugar no ranking de maior gasto per capita, aparece o município de Saloá, no Agreste. Com população de 14.172 habitantes e investimento de R$ 1,25 milhão em dois dias de festa, o custo individual atinge R$ 88,19.

Logo depois, no Sertão, o pequeno município de Solidão, com apenas 5.403 habitantes, investiu R$ 460 mil em dois dias de festa, distribuídos entre quatro atrações, resultando em um custo per capita de R$ 85,13.

Enquanto isso, Caruaru, com seus 402.290 habitantes estimados em 2024, aparece com um custo muito mais diluído, ainda que concentre um dos maiores investimentos brutos do estado.

Em Arcoverde, em 2024, por exemplo, os gastos com atrações do São João somaram mais de três milhões de reais (R$ 3.296.172,65). Com uma população de 77.742 (Censo 2022), os gastos de Arcoverde no ano passado representaram um custo per capita de R$ 42,40.

A análise dos dados, tanto de população (IBGE/2022, com estimativa para 2024) quanto de orçamento festivo, chama atenção para o uso de recursos públicos em cidades de pequeno porte, que, embora promovam eventos importantes para sua cultura e economia local, enfrentam questionamentos sobre prioridades orçamentárias e impacto real dos gastos.

Para especialistas, é importante equilibrar valorização cultural com transparência e responsabilidade fiscal, garantindo que o investimento em festas não comprometa áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura. A discussão está aberta: até que ponto o custo da festa vale a pena? 

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