Durante o depoimento,
Bolsonaro admitiu ter cogitado decretar estado de sítio no país após a derrota
para Lula e a consequente rejeição, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do
pedido de anulação parcial de votos feito por seu partido. O PL foi multado em R$
22,9 milhões por litigância de má-fé.
"Foram conversas
sobre hipóteses constitucionais, mas nada foi assinado",
declarou Bolsonaro.
O ponto mais sensível do
depoimento foi a discussão sobre a chamada "minuta do golpe",
documento revelado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que
afirma que o ex-presidente recebeu, leu e modificou a proposta que previa anulação
das eleições e prisão de autoridades do STF e do Congresso.
Bolsonaro negou
veementemente ter manipulado ou endossado o texto:
"Refuto qualquer
possibilidade de se falar em minuta de golpe fora da Constituição."
Sobre a reunião com os
comandantes das Forças Armadas, citada por Cid como parte do plano, Bolsonaro
confirmou encontros, mas negou qualquer conspiração:
"Nunca houve
plano golpista. Estudamos medidas dentro da legalidade para lidar com bloqueios
e acampamentos."
O ex-presidente também
minimizou a versão de que teria sido ameaçado de prisão pelo então comandante
do Exército, Freire Gomes, durante essa reunião. Segundo Bolsonaro, o relato do
ex-comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior, foi um "exagero".
Apesar das negativas,
Bolsonaro confirmou que foram levantadas propostas como Garantia da Lei e da
Ordem (GLO) e estado de sítio, mas disse que foram rapidamente abandonadas por
falta de embasamento legal:
"Em poucas
reuniões, abandonamos qualquer possibilidade de ação constitucional. A
discussão já começou sem força."
O depoimento marca um momento decisivo no inquérito da trama golpista, e coloca Bolsonaro novamente sob os holofotes políticos e jurídicos, com desdobramentos que podem afetar seu futuro político. Foto: Fellipe Sampaio/STF
👉 Acompanhe mais notícias e curta
nossas redes sociais:
Nenhum comentário:
Postar um comentário