sexta-feira, 30 de maio de 2025

Exclusão de emissora em Caruaru gera reação da ASSERPE e levanta debate sobre liberdade de imprensa

                A tradicional cobertura jornalística do São João de Caruaru sofreu um abalo nesta quinta-feira (29) com a divulgação de uma nota de esclarecimento da Rádio Cidade FM 99,7. Pela primeira vez desde sua fundação, a emissora ficará de fora do camarote da imprensa montado pela Prefeitura no Pátio de Eventos Luiz Gonzaga.

Segundo a nota divulgada pela Rádio Cidade, a exclusão ocorreu após a Prefeitura de Caruaru recusar um pedido formal de permuta para acesso ao espaço da imprensa, sem apresentar qualquer justificativa técnica. A decisão teria partido diretamente do prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB), que já expressou, publicamente, divergências com a linha editorial da emissora.

Apesar do veto, a direção da rádio garantiu que manterá sua cobertura jornalística e cultural da festa, uma das maiores do país, reforçando o compromisso com os ouvintes e com o papel da imprensa regional.

A atitude provocou reação imediata da ASSERPE – Associação das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco, que divulgou nota repudiando o veto e manifestando “profunda preocupação” com o que chamou de “afronta aos princípios da isonomia e da liberdade de imprensa”.

“Em pleno 2025, a atitude inédita desde a modernização do formato do evento não tem mais espaço no mundo contemporâneo”, destaca o texto.

“Além da cobrança questionável de valores para acesso de veículos ao espaço, o veto a uma única emissora abre margem para questionamentos jurídicos e institucionais, além de representar um perigoso precedente.”

A entidade colocou seu corpo jurídico à disposição da Rádio Cidade e afirmou que seguirá acompanhando os desdobramentos da decisão. Para a ASSERPE, a medida adotada pela Prefeitura de Caruaru fere o equilíbrio no tratamento entre os veículos de comunicação e o próprio espírito democrático que deve nortear eventos de interesse público.

O episódio reacende o debate sobre os limites entre gestão pública e liberdade de imprensa, principalmente quando envolve eventos financiados com recursos públicos. Além disso, levanta preocupações quanto à politização do espaço destinado à cobertura jornalística, em um momento em que a credibilidade e a pluralidade da imprensa são vistas como fundamentais para o fortalecimento da democracia.

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