A Amupe, presidida pelo
ex-prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia (Podemos), emitiu nota manifestando
preocupação com os projetos de isenção do IPVA em tramitação na Alepe. A
entidade alertou que as medidas, se aprovadas, podem provocar um impacto fiscal
de mais de R$ 500 milhões por ano nas receitas municipais, comprometendo
serviços públicos essenciais mantidos com recursos do tributo.
“A Associação entende
que é urgente o aprofundamento do debate com os municípios, especialmente no
momento em que o país discute a reforma tributária. Medidas pontuais e sem
compensação podem fragilizar ainda mais as contas municipais”, diz
trecho da nota da Amupe.
A resposta do Legislativo
estadual veio de forma contundente. Em nota oficial, a Alepe, presidida pelo
deputado Álvaro Porto (PSDB), rechaçou as críticas da Amupe e acusou Marcelo
Gouveia de usar a entidade para beneficiar politicamente o Governo do Estado.
“Ficou claro que o
presidente da Amupe está fazendo o jogo político do Palácio do Campo das
Princesas. Sua postura é movida por interesses pessoais e não pelo compromisso
com os municípios. Ao usar uma instituição séria como a Amupe para agradar a
governadora, Marcelo Gouveia se descredencia como representante legítimo das
prefeituras”, declarou a Alepe.
O tom do embate subiu ainda
mais quando a Alepe apontou que dois dos projetos considerados arriscados pela
Amupe são de autoria do deputado estadual Gustavo Gouveia (Solidariedade),
irmão do presidente da entidade. Gustavo é ex-primeiro-secretário da Casa e
aliado de João Campos, figura central da oposição à gestão estadual.
“Marcelo esquece que
a própria Alepe aprovou recentemente a destinação de R$ 756 milhões aos
municípios, medida que beneficia todas as 184 cidades do estado. Ele foi
convidado para o debate na Casa sobre o tema, mas não compareceu e tampouco
enviou representante. Se tivesse feito o dever de casa, saberia que está
criticando projetos propostos por seu próprio irmão”,
finaliza a nota.
O episódio escancara a
crescente tensão entre os grupos políticos que orbitam a governadora Raquel
Lyra e o prefeito João Campos, já ventilado como possível candidato ao Governo
do Estado em 2026. Enquanto a Amupe, tradicionalmente alinhada às gestões
estaduais, atua como porta-voz das preocupações municipais, a Alepe assume
protagonismo e reage contra o que vê como tentativas de cerceamento político.
Nos bastidores, o clima é de guerra fria entre os campos político-administrativos, com os municípios no centro de uma disputa que vai além dos números do IPVA — e que promete se intensificar nos próximos meses. Foto: Eoberto Soares/Alepe
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