sexta-feira, 25 de abril de 2025

STF condena cabeleireira a 14 anos de prisão por pichação na estátua da Justiça

             Com o voto decisivo da ministra Cármen Lúcia, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu nesta sexta-feira (25) o julgamento da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, condenando-a a 14 anos de prisão em regime fechado. A decisão foi tomada no plenário virtual da Corte, encerrando uma das ações penais relacionadas aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

A pena foi proposta pelo relator ministro Alexandre de Moraes, e acompanhada pelos ministros Flávio Dino e Cármen Lúcia. Já os ministros Cristiano Zanin e Luiz Fux votaram pela condenação, mas sugeriram penas menores: 11 anos e 1 ano e 6 meses, respectivamente.

Débora foi acusada de pichar com batom a frase "Perdeu, mané" na estátua da Justiça, localizada em frente à sede do STF, durante os ataques promovidos por manifestantes que depredaram os prédios dos Três Poderes, em Brasília.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), a cabeleireira responde por cinco crimes: golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

O ministro Luiz Fux divergiu da maioria ao reconhecer a culpa de Débora apenas pela deterioração do patrimônio tombado, justificando a pena menor. Para ele, não há provas de que ela tenha participado do quebra-quebra ou que estivesse envolvida com atos de violência. “Há prova apenas da conduta individual e isolada da ré, no sentido de pichar a estátua da Justiça utilizando-se de um batom”, destacou Fux em seu voto.

Em resposta, Alexandre de Moraes afirmou em complemento de voto que o caso de Débora “não apresenta diferenças significativas” em relação aos outros 470 réus já condenados pelo Supremo. “Não há dúvidas quanto à autoria”, disse Moraes.

A cabeleireira está atualmente em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, após ter passado dois anos detida na Penitenciária Feminina de Rio Claro (SP), desde a oitava fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal em março de 2023.

Em depoimento, Débora admitiu ter feito a pichação no "calor do momento", atendendo a um pedido de um homem não identificado, e alegou desconhecer o valor simbólico e histórico da estátua. A frase “Perdeu, mané” faz referência à resposta do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, a um bolsonarista que o interpelou nos EUA, contestando o resultado das eleições de 2022.

Apesar da condenação, o início do cumprimento da pena não é imediato e ainda depende de determinação do relator. A defesa da ré ainda pode recorrer da decisão. 

👉 Acompanhe mais notícias e curta nossas redes sociais:

📸 Instagram   👍 Facebook

Nenhum comentário:

Postar um comentário