quarta-feira, 2 de abril de 2025

Prefeito de Belém de Maria dobra valor do próprio salário

             A aprovação de aumentos salariais para prefeitos e secretários municipais tem gerado polêmica e revoltado a população em várias cidades pernambucanas. Em Belém de Maria, na Mata Sul do estado, a Câmara Municipal aprovou um projeto de lei que turbina os vencimentos do prefeito Beto do Sargento, vice e secretários para a legislatura 2025-2028, provocando críticas e questionamentos sobre a responsabilidade fiscal e a moralidade dessas decisões.

O prefeito Beto Sargento (PSDB) verá seu salário mais que dobrar, passando de R$ 12.500 para R$ 25 mil. O vice-prefeito Genivaldo da Trilha (PSDB) também receberá um reajuste expressivo, subindo de R$ 8.500 para R$ 12.500. Enquanto isso, os secretários municipais também foram beneficiados com um aumento de R$ 3 mil, chegando a R$ 7.500 mensais.

A situação chama atenção ao se comparar com municípios de maior porte e arrecadação. O novo salário de Beto Sargento equipara-se ao do prefeito do Recife, João Campos (PSB), e supera o de Rodrigo Pinheiro (PSDB), prefeito de Caruaru, que recebe R$ 22 mil. O que causa estranheza é que Belém de Maria tem apenas 10 mil habitantes e enfrenta dificuldades financeiras, incluindo atrasos nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

A repercussão negativa do aumento foi imediata. A vereadora Danda de Val (PP) criticou a decisão da Câmara: "Como é que um servidor municipal não chega nem a receber um salário mínimo e o prefeito faz um projeto de lei recebendo um valor absurdo?", questionou em entrevista ao repórter Wesley Santos, da TV Jornal Interior.

Belém de Maria não é um caso isolado. Outras cidades pernambucanas têm seguido a mesma tendência, gerando revolta na população e pressão sobre os gestores municipais. Em tempos de crise econômica e dificuldades na arrecadação, os aumentos salariais de prefeitos tornam-se um tema sensível e polêmico, principalmente quando contrastam com a realidade financeira dos municípios e a qualidade dos serviços prestados à população.

A decisão da Câmara Municipal de Belém de Maria abre um precedente perigoso e levanta um debate necessário sobre a transparência, responsabilidade fiscal e prioridades na administração pública. A sociedade espera respostas e atitudes que garantam um equilíbrio justo entre a valorização dos agentes públicos e a sustentabilidade financeira dos municípios.

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