quinta-feira, 13 de março de 2025

Ministério Público Eleitoral pede cassação de prefeito e vice de Custódia

               O Ministério Público Eleitoral (MPE) da 65ª Zona Eleitoral de Pernambuco apresentou suas alegações finais na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pela coligação “Frente Popular de Custódia”, que acusa o ex-prefeito Emmanuel Fernandes de Freitas Góis (Manuca), o prefeito eleito Manoel Messias de Souza (Messias do DNOCS) e a vice-prefeita eleita Anne Lúcia Torres Campos de Lira de abuso de poder político e econômico durante as eleições municipais de 2024. Pediu a cassação de Manoel Messias e Anne Lúcia.

A ação aponta que a administração municipal teria inflado o número de funcionários temporários para obter votos, aumentando em 57% os gastos com essas contratações, mesmo diante da redução de matrículas escolares. Também há indícios de que servidores temporários receberam pagamentos em período vedado, que datas de contratação foram falsificadas e que 96 novos contratados ingressaram nos quadros da prefeitura entre julho e agosto.

Além disso, o MPE menciona depoimentos de que contratados da prefeitura foram flagrados fazendo campanha eleitoral em horário de expediente, utilizando uniformes da administração municipal, e que eleitores teriam recebido promessas de benefícios financeiros em troca de apoio ao grupo político investigado.

Os acusados negam qualquer irregularidade e afirmam que não houve aumento no número de contratações, mas sim uma redução de temporários e dos gastos com pessoal. Alegam ainda que os pagamentos realizados em agosto foram referentes a contratações feitas em junho e que a suposta diferença de 96 contratos não seria relevante diante do resultado eleitoral.

No entanto, o MPE sustenta que há provas documentais e testemunhais robustas que comprovam o uso da máquina pública para interferir no resultado das eleições. O órgão cita como evidência o pagamento de uma verba apelidada de "Militância", nos dias 2 e 3 de outubro de 2024, que teria sido utilizada para a compra de votos ao valor de R$ 100 por eleitor. Segundo testemunhas, servidores contratados recebiam esse dinheiro com a promessa de que poderiam ficar com parte do valor e garantir seus empregos.

Além disso, investigações no portal da transparência indicam que servidores que não apoiaram os investigados não receberam pagamentos antecipados, diferentemente de apoiadores da chapa. O MPE também destaca que esse suposto adiantamento salarial não foi divulgado nos canais oficiais da prefeitura, o que contraria práticas anteriores da administração municipal.

Outra evidência citada é a demissão de servidores temporários logo após o período eleitoral, sem justificativa, o que, segundo o MPE, reforça o uso da estrutura pública para beneficiar um grupo político. Um dos casos mais graves envolve uma servidora que foi desligada após se recusar a apoiar os candidatos investigados, mesmo depois de ter recebido um prêmio de desempenho.

Pedido de cassação e inelegibilidade - Com base nos fatos apresentados, o Ministério Público Eleitoral pede a cassação dos registros ou diplomas de Messias do DNOCS e Anne Lúcia, além da inelegibilidade de Manuca, do prefeito e da vice-prefeita eleita. O órgão considera que houve um desvio de finalidade administrativa, comprometendo a lisura do pleito e violando as Leis nº 9.504/97 e Complementar nº 64/90, que regulam a prática de abuso de poder político e econômico.

A Justiça Eleitoral deve analisar o pedido nos próximos dias. Se a decisão for favorável ao MPE, Custódia poderá enfrentar novas eleições para prefeito e vice-prefeito.

A expectativa agora é pela análise do juiz eleitoral responsável pelo caso, que pode decidir pela cassação do mandato de Messias do DNOCS e Anne Lúcia, além de tornar inelegível Manuca. A defesa dos acusados segue insistindo na legalidade das contratações e pagamentos realizados pela prefeitura, enquanto a coligação autora da ação espera uma punição exemplar para garantir o respeito à democracia.

A população de Custódia aguarda o desfecho dessa investigação, que pode mudar os rumos políticos do município. Com informações do Nill Junior

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