Na denúncia, o MPF acusa os
nove envolvidos de utilizarem duas empresas - uma fabricante de cimento e outra
de cultivo da cana-de-açúcar - que fazem parte do conglomerado João Santos,
como "passagem" para ocultar e dissimular valores ilícitos obtidos
por meio de sonegação fiscal e desvio de verbas trabalhistas. Para isso, usavam
contas de pessoas físicas e jurídicas para realizar transações com o intuito de
dar aparência lícita ao dinheiro e dificultar o rastreamento. As dívidas
tributárias acumuladas pelo grupo empresarial chegam a R$ 11 bilhões e as
trabalhistas ultrapassam R$ 60 milhões.
Segundo o Ministério
Público, os irmãos Fernando e José Bernardino seriam os autores intelectuais da
fraude. Os demais envolvidos atuavam como operadores do esquema ilícito,
realizando saques e transferências para as empresas de fachada, ou disponibilizando
suas próprias contas para que os valores fossem repassados. As manobras
buscavam esvaziar o caixa das empresas devedoras de impostos e dívidas
trabalhistas, que foram alvos de bloqueio judicial, para as filiais menores -
que não possuíam dívidas ou restrições na Justiça. Os valores desviados
acabavam misturados com o patrimônio lícito das empresas e retornavam aos
sócios, de forma a dificultar a identificação da origem do dinheiro e assegurar
o enriquecimento da família.
Conforme apurou o MPF, para
lavar o dinheiro, o grupo utilizava uma fabricante de cimento que integra o
Grupo João Santos e possui 25 filiais registradas, sendo cinco com o mesmo
endereço. Elas eram usadas para o emprego de diversas técnicas de lavagem, como
pulverização dos valores ilícitos, movimentações de crédito e débito quase
idênticas, remessa de dinheiro ao exterior, depósitos elevados em cheque (cerca
de R$ 20 milhões), entre outras. Constatou-se também que algumas transações se
deram por meio de filiais, que nem sequer possuem dados bancários.
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