Condenado a mais de 300 anos
de prisão, Willians Herbas Camacho, o “Marcola” está há pouco mais de
um ano na Penitenciária de Brasília, uma das cinco unidades federais de
segurança máxima do País.
Os planos para resgatá-lo,
todos frustrados até o momento, envolvem desde helicópteros a investimentos
expressivos, que chegam a R$ 5 milhões. Como mostrou o Estadão, um
dos mais recentes deles monitorava inclusive o ex-ministro da Justiça Sergio
Moro – a hipótese é que o PCC planejava um sequestro para usá-lo como
“moeda de troca” para libertar seu líder.
Nesta semana,
a primeira fuga já registrada no sistema federal foi na unidade de
Mossoró (RN). Os dois fugitivos são apontados como
matadores do Comando Vermelho (CV), facção carioca que rivaliza com o
PCC no domínio das rotas do tráfico de cocaína, mas o episódio levantou dúvidas
sobre a segurança do modelo, em vigor desde 2006, quando foi criada o presídio
de Catanduvas (PR).
A tentativa de libertar
Marcola está longe de ser unanimidade, segundo o promotor de Justiça Lincoln
Gakiya, integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) em Presidente Prudente, no
interior do Estado de São Paulo. “Há dois pesos e duas medidas na preocupação
com o Marcola”, disse ao Estadão.
Ele relembra que, muito
antes de o líder do PCC ser transferido para a rede federal – em pedido feito
pelo próprio Gakiya e finalmente efetivado em 2019 –, outros integrantes da
cúpula da organização já haviam sido isolados no sistema federal, em
transferências que não ensejaram planos para libertação.
O promotor afirma que a
insistência na libertação do líder máximo da facção tem causado cisões internas
na facção, segundo informações coletadas em investigações do MP e de setores de
inteligência de outros órgãos, como a Polícia Federal e o Sistema Penitenciário
Federal. Entre os nomes que têm apresentado insatisfação, além de Roberto
Soriano, estão Wanderson Nilton de Paula Lima, o “Andinho”, Daniel Canônico, o
“Cego”, e Abel Pacheco de Andrade, o “Vida Loka”. Veja matéria completa no blog do Ricardo Antunes
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