sábado, 17 de fevereiro de 2024

Planos para resgatar Marcola criam racha no PCC

         Por Ítalo Lo Re, do Estadão — Integrantes do Comando Vermelho fizeram nesta semana o que o Primeiro Comando da Capital (PCC) nunca conseguiu: concretizar um plano de fuga de um presídio federal. A facção paulista já elaborou tentativas de resgatar Marcola, levado para o sistema penitenciário federal em 2019, mas nenhuma foi à frente. Segundo investigações de autoridades policiais e do Ministério Público de São Paulo, esse foco no líder máximo da organização é justamente um dos motivos de racha interno que ocorre agora na alta cúpula da facção.

Condenado a mais de 300 anos de prisão, Willians Herbas Camacho, o “Marcola” está há pouco mais de um ano na Penitenciária de Brasília, uma das cinco unidades federais de segurança máxima do País.

Os planos para resgatá-lo, todos frustrados até o momento, envolvem desde helicópteros a investimentos expressivos, que chegam a R$ 5 milhões. Como mostrou o Estadão, um dos mais recentes deles monitorava inclusive o ex-ministro da Justiça Sergio Moro – a hipótese é que o PCC planejava um sequestro para usá-lo como “moeda de troca” para libertar seu líder.

Nesta semana, a primeira fuga já registrada no sistema federal foi na unidade de Mossoró (RN). Os dois fugitivos são apontados como matadores do Comando Vermelho (CV), facção carioca que rivaliza com o PCC no domínio das rotas do tráfico de cocaína, mas o episódio levantou dúvidas sobre a segurança do modelo, em vigor desde 2006, quando foi criada o presídio de Catanduvas (PR).

A tentativa de libertar Marcola está longe de ser unanimidade, segundo o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) em Presidente Prudente, no interior do Estado de São Paulo. “Há dois pesos e duas medidas na preocupação com o Marcola”, disse ao Estadão.

Ele relembra que, muito antes de o líder do PCC ser transferido para a rede federal – em pedido feito pelo próprio Gakiya e finalmente efetivado em 2019 –, outros integrantes da cúpula da organização já haviam sido isolados no sistema federal, em transferências que não ensejaram planos para libertação.

O promotor afirma que a insistência na libertação do líder máximo da facção tem causado cisões internas na facção, segundo informações coletadas em investigações do MP e de setores de inteligência de outros órgãos, como a Polícia Federal e o Sistema Penitenciário Federal. Entre os nomes que têm apresentado insatisfação, além de Roberto Soriano, estão Wanderson Nilton de Paula Lima, o “Andinho”, Daniel Canônico, o “Cego”, e Abel Pacheco de Andrade, o “Vida Loka”. Veja matéria completa no blog do Ricardo Antunes

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