Rebatizado de Refinaria de
Mataripe, o empreendimento foi vendido por US$ 1,65 bilhão (R$ 8,08 bilhões
pelo câmbio atual) ao fundo Mubadala Capital, divisão de investimentos da
Mubadala Investment Company, empresa de investimentos de Abu Dhabi e que
pertence à família real dos Emirados Árabes Unidos.
O relatório não afirmou, de
maneira categórica, que houve perda econômica com a venda da refinaria. O
documento, no entanto, questionou o momento do negócio, argumentando que a
Petrobras poderia ter esperado a recuperação do petróleo no mercado internacional.
A venda, ressaltou a CGU,
ocorreu num cenário de “tempestade perfeita”, com a combinação de incerteza
econômica e volatilidade trazida pela pandemia, premissas pessimistas para o
crescimento da economia no fim de 2021 e alta sensibilidade das margens de
lucro, o que resultou em maior perda de valor.
A CGU constatou fragilidade
na utilização de cenários como suporte à tomada de decisão, com destaque para a
falta de medição de probabilidade realista em eventos futuros. O relatório
também questionou a aplicação de metodologias não utilizadas, até então, para
venda de estatais brasileiras.
A divulgação do relatório
reacendeu suspeitas em torno de presentes dados pelo governo dos Emirados
Árabes Unidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro em outubro de 2019 e novembro de
2021, justamente o mês da venda da refinaria.
O ex-presidente devolveu à
Caixa Econômica Federal um fuzil calibre 5,56 milímetros e uma pistola nove
milímetros dados pelo governo dos Emirados, após uma decisão do Tribunal de
Contas da União (TCU).
Além dos presentes devolvidos, a Política Federal investiga joias e esculturas dadas por autoridades públicas dos Emirados Árabes.
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