O blog apurou
junto a fontes que têm acesso às investigações que Cid está detalhando
participação no caso das joias sauditas, bem como outros temas. Entre os temas,
o roteiro do golpe. Como o blog já revelou, Cid testemunhou
reuniões que trataram de golpe de estado.
Agora, à PF, ele deve
detalhar quem são os militares e outros ex-ministros e funcionários do governo
Bolsonaro que participaram das tratativas que se deram, entre outras
localidades, no Palácio da Alvorada em dezembro passado.
Nomes de militares —como
Augusto Heleno (ex-ministro do GSI) e Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e
da Defesa) — são citados por fontes ouvidas pelo blog como alvos de
Cid nos bastidores.
“Cid está apresentando o que
tem sobre vários temas. O foco da PF está no roteiro do golpe. Militares do
governo Bolsonaro estão cientes das conversas de Cid com a PF e estão
preocupados com o que ele pode relatar de envolvimento e reuniões com Heleno,
Braga Netto e novos personagens do núcleo militar”, disse uma fonte que
acompanha as tratativas de Cid com o Judiciário.
Os depoimentos de Cid, nas
palavras dessa autoridade, são “amplos, diversificados e ruins para Bolsonaro”.
A fonte ouvida pela jornalista Andreia Said não detalhou o teor dos
depoimentos do ex-ajudante de ordens. E complementa dizendo que Cid fala
bastante, mas não fala tudo, por isso não se sabe dizer a extensão das
consequências, por ora, do que diz Cid.
Não é só Cid quem está
colaborando com investigadores sobre o roteiro do golpe, integrantes do núcleo
da polícia rodoviária federal também têm informações sobre como se deu o
roteiro do golpe que interessam aos investigadores.
Em junho deste ano, um
relatório da Polícia Federal (PF) divulgado pela revista "Veja" revelou
a existência de um documento que tinha instruções para um golpe de
Estado “dentro das quatro linhas [da Constituição]” no celular de Cid. O
documento estava salvo com o título "Forças Armadas como poder
moderador" e indicava uma série de ações cujo objetivo era desconstituir
as instituições democráticas.
O relatório da PF mostra
ainda que o documento foi criado apenas cinco dias antes do segundo turno das
eleições. Não há, porém, indicação de que o texto tenha sido encaminhado a
Bolsonaro.
Entre as ações pós-golpe,
segundo o documento, estavam previstas a nomeação de um interventor, o
afastamento e abertura de inquéritos contra ministros do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) e outras autoridades, e a fixação de um prazo para novas
eleições. O documento apontava que as medidas poderiam ser tomadas após
autorização do presidente da República.
A minuta indicava, ainda,
sem provas, que ministros do TSE eram responsáveis por "atos com violação
da prerrogativa de outros poderes". Por isso, sem citar nomes, determinava
que eles deveriam ser trocados pelos próximos da fila de substituição no
Supremo Tribunal Federal (STF), dentre os quais estavam dois indicados por
Bolsonaro ao STF: Kassio Nunes Marques e André Mendonça.
Nos depoimentos em curso,
que estão sendo filmados e gravados, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
também tem falado sobre o caso das joias recebidas pelo ex-presidente em
viagens ao exterior, caso no qual também teria participado ativamento de um
esquema de venda ilegal dos itens de luxo.
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