Através de uma nota de sua
assessoria, o Padre Airton reagiu as novas acusações feitas, ontem, na matéria
do Fantástico, reafirmou sua inocência, lembrou do trabalho social desenvolvido
na Fundação Terra e desqualificou pelo menos uma das testemunhas se dizendo
“vítima de extorsão”. Como o processo corre em segredo de Justiça, a Defesa não
pode revelar o nome do suposto autor.
Acusado de estupro, ele
está preso desde o dia 14 desse mês e, nesse domingo (23), foi transferido por
motivos de saúde, para o Hospital Português, no Recife. Seus advogados, Eduardo
Trindade e Marcelo Leal, estão tentando um Habeas Corpus para que ele responsa
o processo em liberdade ou em prisão domiciliar. O sacerdote tem 67 anos.
Os dois, segundo informações
apuradas pelo Blog do Ricardo Antunes, foram contratados a peso de ouro, mas
ninguém informa quem está pagando essa conta. Questionada a assessoria do
religioso, o jornalista não obteve resposta.
Segundo o jornalista Ricardo
Antunes, em conversa com outro grande criminalista pernambucano que disse que a
estratégia era previsível, mas muito difícil. “A estratégia que eles estão
usando é a correta. Não conseguiriam nada no interior, pois as delegadas estão
realizando um trabalho impecável. São inquéritos bem robustos e irretocáveis.
Os outros inquéritos estão sendo tocados. Além dos 2 que resultaram em
preventivas, existem mais 3 tramitando. Mesmo com excelentes advogados, será um
trabalho árduo reverter 2 preventivas e, possivelmente, mais 3 que podem sair a
qualquer momento”, analisou a fonte.
O Ministério Público de
Pernambuco (MPPE), disse que outras vítimas foram identificadas e que há cinco
inquéritos policiais abertos contra o Padre Airton Freire, acusado de estupro
pela personal stylist Silvia Tavares de Souza. O religioso foi preso
preventivamente na última sexta-feira (14) e sábado saiu da prisão para o
Hospital Memorial Arcoverde. De lá foi levado para o Hospital Português, em
Recife.
Leia a seguir na
íntegra a nota da assessoria do padre Airton
“O padre Airton Freire
reitera ser inocente das acusações e foi alvo de uma tentativa de extorsão de
uma das supostas vítimas, cujo nome será preservado em respeito ao sigilo
judicial. A defesa do padre Airton Freire não teve acesso à totalidade dos autos
de investigação e, portanto, usará de todos os esforços para garantir ao
sacerdote o direito ao habeas corpus.
Negar ao religioso o direito
de responder em liberdade contraria todas as previsões da legislação brasileira
e até do direito internacional.
Airton Freire é um homem de
67 anos com sérias restrições de saúde. Desde que começou a ser alvo das
acusações que refuta, afastou-se das funções eclesiásticas e da presidência da
Fundação Terra, onde desenvolveu um trabalho social que atendeu milhares de pessoas
nos últimos 40 anos. Além disso, manteve-se isolado e jamais incentivou
manifestações ou atos que prejudicassem as investigações, apesar de receber o
apoio voluntário de milhares de fiéis. E, por último, apresentou-se
espontaneamente às autoridades quando da decretação da prisão preventiva.
Os pré-requisitos legais
para mantê-lo no cárcere, portanto, não existem. Além de não atrapalhar as
investigações, não houve coação de testemunhas nem há perigo de eventuais
práticas criminosas que possam pôr em risco as supostas vítimas. Os relatos
levados às autoridades policiais remetem a supostos episódios de quase um ano
atrás ou mais antigos, não sendo recentes para justificar uma prisão.
A prisão preventiva é
arbitrária e só faz sentido para criar um espetáculo midiático de condenação
sumária e precipitada, com o objetivo de constranger os juízes do processo,
destruindo a reputação de uma pessoa que, pela lei, deve ter garantida a
presunção de inocência.”
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