Em pleno feriado do Dia do Trabalhador, a governadora Raquel Lyra (PSDB) se encarregou de telefonar para os integrantes da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça que até ontem não haviam analisado as emendas apresentadas pela oposição ao Projeto de Lei nº 556/2023. O PL, que tramita na Casa em caráter de urgência, solicita autorização do Legislativo para pedido de empréstimos a instituições financeiras, no valor de R$ 3,4 bilhões. O Executivo quer conversar com esses parlamentares antes da reunião da CCLJ, marcada às 9h30 de hoje. Sem o voto deles, o Governo será derrotado mais uma vez.
"É importante que a
comissão analise hoje a legalidade das emendas. Não cabe avaliar o
mérito", argumentou o deputado Sileno Guedes (PSB), lamentando o que
chamou de "assédio do Governo ao Legislativo". "Toda vez é isso.
O Governo deixa para resolver as coisas em cima da hora, com conversas em
Palácio. É um desrespeito, independentemente de o parlamentar ser da base
ou da oposição", alfinetou.
A governadora precisa
encaminhar as pautas do Legislativo e dar poderes, pelo menos, ao secretário da
Casa Civil, Túlio Valença, nome escolhido para mediar a relação com a Casa de
Joaquim Nabuco. Mas deputados e deputadas, com algumas exceções, continuam
reclamando. Também não pode fazer de conta que as queixas não existem. Em três
entrevistas das quais a Folha participou, só no mês passado, Raquel Lyra disse
desconhecer as insatisfações. Mas elas se materializam na hora de analisar
matérias importantes.
E aí, os governistas precisam se desdobrar na tentativa de aparar as arestas. É o que vêm fazendo o vice-líder do governo, Joãozinho Tenório; o presidente da Alepe, Álvaro Porto (PSDB); e o presidente da CCLJ, Antônio Moraes (PP), que, mesmo gripado, passou o feriadão telefonando para um e outro, e até a noite de ontem não sabia se haveria condições de colocar o projeto em pauta hoje. Moraes foi um dos que apelaram ao secretário de Planejamento e Gestão, Fabrício Marques, na última reunião da CCLJ, dia 25, para que o Governo olhasse com carinho as emendas legislativas. A Casa também gosta de mimos e afagos. E cobra autonomia e respeito. Foto: Janaina Pepeu/SEI
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