A reportagem conversou com
as vítimas, que não foram identificadas na reportagem. Todas frequentavam a
igreja católica e tiveram o sonho de seguir carreira cristã destruído. Veja a reportagem da TV AQUI
Apesar das duas denúncias, o
padre responde criminalmente apenas pelo estupro do rapaz. Segundo a Polícia
Civil, o crime praticado contra a jovem prescreveu. Atualmente, ele mora em
Pernambuco e foi ouvido na delegacia da cidade de Arcoverde (PE) a pedido da
Polícia Civil do Acre. Em depoimento, ele negou conhecer as vítimas e alegou
também desconhecer até o acordo que fez com o bispo Dom Joaquín Pertiñez.
No estado pernambucano, o
padre estava ligado a uma instituição sem fins lucrativos (Fundação Terra) que
trabalha com projetos sociais de ressocialização. Após prestar depoimento, ele
teria pedido desligamento.
A reportagem tentou contato
com o padre diversas vezes, sem sucesso. Em uma dessas tentativas, uma mulher
se identificou como mãe dele e informou que o filho tinha viajado em busca de
emprego e que não sabia a data de retorno.
O rapaz que denunciou o padre,
atualmente com 30 anos, contou que participou de um encontro da igreja católica
e teria ouvido uma colega dizer que tinha sido aliciada por um padre. Sem saber
ao certo do que se tratava, ele teria comentado com um amigo, e a informação
chegou até o padre Fábio Amaro. A partir de então, segundo ele, o sacerdote
teria passado a ameaçar e a abusar dele.
"Ele tirava a roupa,
tirava minha roupa e, muitas vezes, fazia eu pegar nas partes íntimas dele,
assim como pegava nas minhas e toda vez que pedia para ele parar, dizia: 'o que
você falou de mim foi um crime e se você não fizer o que eu mandar, falar para
alguém, vou processar sua família, você é menor e quem vai responder é sua
família. Coloco seu pai e sua mãe na cadeia e tiro tudo deles'", detalhou.
A vítima destaca que os
abusos aconteciam no quarto, dentro da paróquia, pelo menos três vezes na
semana. Os crimes teriam sido praticados durante dois anos até o jovem entrar em
um seminário e ficar praticamente isolado do mundo externo.
O isolamento foi visto
também como uma forma de escapar dos abusos praticados pelo sacerdote. “Pensei:
lá no seminário religioso ele não poderia ir, mas, ao mesmo tempo, ficava na
minha mente que eu poderia encontrar outros padres ali dentro iguais a ele.
Essa era minha única saída, não poderia compartilhar isso com ninguém",
recordou. Abaixo o vídeo da reportagem da TV Globo no Acre (G1 Acre):
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