quarta-feira, 31 de maio de 2023

Mulher que acusa padre Airton de participar de estupro passou mais três dias no local do suposto crime

                    A TV Globo Nordeste e o G1 trouxeram hoje, desde cedo, uma ampla reportagem sobre o caso envolvendo o padre Airton Freire e o motorista dele, Jailson Leonardo da Silva, acusados de estupro pela personal stylist Sílvia Tavares. Ela contou que, por causa da devoção que tinha pelo religioso, não acreditava no que tinha acontecido. "Para mim, ele era um santo", disse.

O crime, segundo Sílvia, aconteceu no dia 18 de agosto de 2022, na casa em que o padre dormia na Fundação Terra. Essa ONG foi criada pelo padre Airton há 37 anos, em Arcoverde, no Sertão. O objetivo era resgatar a cidadania dos moradores da região, que vivam na extrema pobreza.

Sílvia afirmou ter sido abusada pelo motorista, a mando do padre, que teria se masturbado vendo a cena. O caso, que aconteceu durante um retiro espiritual, é investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de Pernambuco.

A mulher contou que, logo depois de ter sido estuprada, tomou banho ordenada pelo padre e foi levada para o refeitório da Fundação Terra. Lá, encontrou o marido, mas ficou calada com medo que ele, com raiva, tentasse matar o padre e fosse morto.

"Eu pensei: 'bem, se eu for com meu marido e contar para ele naquela hora que tinha acontecido, ele simplesmente mataria [o padre]'. E seria a coisa mais simples do mundo, porque a gente estava no refeitório, o que não faltava ali era faca. Ele mataria. E matando, evidentemente morreria, e, de tabela, eu também. Eu disse: 'não, vai ter três mortes'. Decidi ficar calada", afirmou.

Sílvia iria embora do retiro nesse dia, mas decidiu ficar mais, mesmo abalada.

"Eu fiquei ali porque queria provas, porque aquilo, para mim, era surreal. Eu não acreditava no que estava acontecendo. Eu pensava: será que eu dormi tarde, perdi o sono, algo assim? Eu queria uma justificativa, porque não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo. Uma pessoa que me chamava de princesa", declarou.

Após o banho, ela conta que foi levada ao refeitório pelo próprio religioso, na caminhonete dele. De acordo com ela, o padre a ameaçou. "Ele disse 'se você falar, vai ser pior para você'. Mas o pior para mim seria a morte". 

De lá, Sílvia afirma que foi levada para um lugar onde ficavam as "pessoas importantes", como os bispos. No local, ela disse que perdeu o controle e quebrou objetos.

"Quebrei guarda-roupa, joguei cama no chão, queria quebrar o vidro do banheiro, mas fiquei com medo de me cortar. E comecei a me morder, porque eu não acreditava no que estava acontecendo comigo. E comecei a tomar banho, me esfregar, me esfregar, dizendo que Deus não existia, fiquei desesperada".

Sílvia deixou a fazenda apenas no domingo, três dias depois do suposto estupro. Do G1PE 

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