O levantamento consta do
boletim “Elas Vivem: dados que não se calam”, da Rede de Observatórios da
Segurança, lançado nesta segunda-feira (6). A terceira edição do documento
compilou os registros na Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de
Janeiro e São Paulo.
O maior número de eventos
foi registrado em São Paulo (898) — um a cada dez horas. São
casos como o da jovem sequestrada que teve o rosto tatuado com o nome do
ex-companheiro ou o da procuradora-geral espancada no local de
trabalho.
A Bahia é o estado com maior
taxa de crescimento em relação ao último boletim, com uma variação de 58%, com
ao menos um caso por dia, além de ser o primeiro em feminicídios do Nordeste,
com 91 registros.
“Existe a necessidade de que
todas as pessoas tenham um conhecimento social sobre essas questões para que a
gente possa transformar esses números, que aumentam a cada ano”, explica a
pesquisadora baiana Larissa Neves.
Pernambuco é o segundo
estado do Nordeste em registros de violência contra a mulher (225), com
pelo menos um caso a cada dois dias. O estado também passou a liderar os
números de transfeminicídios — posição ocupada pelo Ceará nos últimos
dois anos.
Segundo a pesquisadora da
Rede em Pernambuco, Dália Celeste, essa condição se dá pela negligência do
governo. “Houve um silenciamento e a omissão do governo em relação à criação de
políticas públicas mesmo após a onda de ataques transfóbicos em 2021. Corpos
trans e travestis passam por um processo de desumanização e são vistos
como corpos que não deveriam existir, o que alimenta os crimes de ódio”,
afirma.
A maior parte dos registros nos sete estados tem como autor da violência companheiros e ex-companheiros das vítimas. São eles os responsáveis por 75% dos casos de feminicídio. As principais motivações são brigas e términos de relacionamento.
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