Richard Guilherme, de 24
anos, foi preso em 2021, quando morava em Garanhuns, também no Agreste
pernambucano, após a polícia encontrar drogas em um sítio ligado a ele na
cidade de Cruzeiro.
Localizado no interior
paulista, o município de Cruzeiro é considerado um ponto estratégico para o
tráfico de drogas, pois fica perto da divisa de São Paulo com os estados de
Minas Gerais e do Rio de Janeiro.
No entanto, de acordo com a
PF, a prisão em Caruaru não impediu Richard de continuar cometendo crimes em
Cruzeiro. Conversas e imagens interceptadas pela polícia mostram que, mesmo
preso, ele dava comandos e fazia ameaças por celular.
A penitenciária em que
Richard Guilherme estava preso tem condições consideradas péssimas pelo
Conselho Nacional de Justiça. Com capacidade para 770 detentos, ela abriga mais
que o dobro disso: 1.889 presos.
Mesmo com as condições precárias
na prisão, Richard vivia uma vida confortável, com acesso a celular, smart TV, ventiladores
e carnes caras para churrasco, como angus, que custa cerca de R$ 200.
Dentro da cadeia, ele fazia
vídeos, tirava selfies e mantinha contato com a família, que atendia aos
pedidos dele, como uma assistência técnica para o celular. As investigações
iniciaram em agosto de 2022. Segundo a PF, nove meses depois, a quadrilha
também foi presa, incluindo os parentes de Richard.
"Efetuamos a prisão de
28 pessoas associadas a ele. [...] Inclusive prendemos a mãe, esposa, o irmão,
o tio, a cunhada...a família inteira, né?", disse o delegado João Paulo.
Os efeitos das prisões foram notados pela PF. Segundo o delegado, o município de Cruzeiro ficou quase 90 dias sem registro de homicídios consumados. Mas, ainda de acordo com João Paulo, Richard procurou outras formas de compensar a perda financeira que teve após as prisões.
"Extorsões, venda de
armas, venda de munições, indícios da prática de homicídios, lavagem de
dinheiro. Então, toda sorte de delitos está sendo praticada por essa
organização e continuava sendo praticada, sob a coordenação dele, mesmo dentro
do sistema penitenciário", afirmou João Paulo.
Segundo as investigações,
Richard também intimidava as vítimas mesmo dentro da cadeia e ensinava outros
participantes da quadrilha a extorquir.
"Fala assim: aqui é a
milícia da 012 e pararapararará e aí tem que estar com as fotos da família do
cara, endereço, foto de filho, mulher, peça [arma], tudo, tá ligado?",
disse Richard em uma das conversas recuperadas pela polícia.
O criminoso montava um
vídeo, tirado da internet, com pessoas aleatórias segurando armas e narrava com
própria voz, ameaçando as vítimas citando seus nomes. Do G1
CURTA NOSSA FANPAGE E PERFIL NO INSTAGRAM
Nenhum comentário:
Postar um comentário