domingo, 19 de fevereiro de 2023

Preso em Caruaru comanda quadrilha em cidade do interior de São Paulo

                Extorsão, venda de armas e munições, indícios da prática de homicídios e lavagem de dinheiro. Esses são os crimes que, segundo a Polícia Federal (PF), são controlados na cidade de Cruzeiro, em São Paulo, por um detento a mais de dois mil quilômetros de distância, em uma penitenciária em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, onde ele tem uma série de regalias e mordomias.

Richard Guilherme, de 24 anos, foi preso em 2021, quando morava em Garanhuns, também no Agreste pernambucano, após a polícia encontrar drogas em um sítio ligado a ele na cidade de Cruzeiro.

Localizado no interior paulista, o município de Cruzeiro é considerado um ponto estratégico para o tráfico de drogas, pois fica perto da divisa de São Paulo com os estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.

No entanto, de acordo com a PF, a prisão em Caruaru não impediu Richard de continuar cometendo crimes em Cruzeiro. Conversas e imagens interceptadas pela polícia mostram que, mesmo preso, ele dava comandos e fazia ameaças por celular.

A penitenciária em que Richard Guilherme estava preso tem condições consideradas péssimas pelo Conselho Nacional de Justiça. Com capacidade para 770 detentos, ela abriga mais que o dobro disso: 1.889 presos.

Mesmo com as condições precárias na prisão, Richard vivia uma vida confortável, com acesso a celular, smart TV, ventiladores e carnes caras para churrasco, como angus, que custa cerca de R$ 200.

Dentro da cadeia, ele fazia vídeos, tirava selfies e mantinha contato com a família, que atendia aos pedidos dele, como uma assistência técnica para o celular. As investigações iniciaram em agosto de 2022. Segundo a PF, nove meses depois, a quadrilha também foi presa, incluindo os parentes de Richard.

"Efetuamos a prisão de 28 pessoas associadas a ele. [...] Inclusive prendemos a mãe, esposa, o irmão, o tio, a cunhada...a família inteira, né?", disse o delegado João Paulo.

Os efeitos das prisões foram notados pela PF. Segundo o delegado, o município de Cruzeiro ficou quase 90 dias sem registro de homicídios consumados. Mas, ainda de acordo com João Paulo, Richard procurou outras formas de compensar a perda financeira que teve após as prisões. 

"Extorsões, venda de armas, venda de munições, indícios da prática de homicídios, lavagem de dinheiro. Então, toda sorte de delitos está sendo praticada por essa organização e continuava sendo praticada, sob a coordenação dele, mesmo dentro do sistema penitenciário", afirmou João Paulo.

Segundo as investigações, Richard também intimidava as vítimas mesmo dentro da cadeia e ensinava outros participantes da quadrilha a extorquir.

"Fala assim: aqui é a milícia da 012 e pararapararará e aí tem que estar com as fotos da família do cara, endereço, foto de filho, mulher, peça [arma], tudo, tá ligado?", disse Richard em uma das conversas recuperadas pela polícia.

O criminoso montava um vídeo, tirado da internet, com pessoas aleatórias segurando armas e narrava com própria voz, ameaçando as vítimas citando seus nomes. Do G1

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