A dupla e o ex-ministro da
Educação, Milton Ribeiro, ficaram presos por dois dias no ano passado, no
âmbito de uma investigação sobre suspeitas de corrupção no MEC, que envolveria
o pagamento de propina aos pastores para que recursos federais fossem liberados
a prefeituras. Um inquérito sobre o caso segue aberto.
A maioria das visitas
ocorreu na Casa Civil e na Secretaria de Governo, mas há registros da presença
da dupla ou de um deles no Gabinete Adjunto de Agenda da Presidência da
República, no Gabinete de Segurança Institucional e na Vice-Presidência. Os
registros das visitas estavam sob sigilo de 100 anos, decretados pelo governo
Bolsonaro, mas foram revogados pelo governo Lula. A CNN obteve acesso aos dados
via Lei de Acesso à Informação.
Em abril de 2019 e outubro
de 2020 os dois pastores estiveram juntos no Gabinete-Adjunto de Agenda da
Presidência da República, responsável, de acordo com decreto federal, por
“planejar, elaborar e coordenar a agenda” de Bolsonaro.
Fontes da CNN relataram que
o local é “muito próximo” ao gabinete do presidente da República. Ao todo
Gilmar Santos e Arilton Moura foram juntos por 9 vezes às dependências do
Planalto – revelando que o trânsito livre dos pastores nas estruturas do Estado
não se restringia ao MEC, e o acesso foi franqueado à sede administrativa do
governo.
As suspeitas sobre o MEC
começaram quando reportagens dos jornais Folha de S. Paulo e o O Estado de São
Paulo revelaram um áudio no qual o ex-ministro Milton Ribeiro afirma ter
recebido um pedido de Bolsonaro para que a liberação de verbas da Educação
fosse direcionada para prefeituras específicas, após negociação com os
pastores. No dia 23 de março de 2022, Ribeiro concedeu entrevista à CNN e negou
que Bolsonaro tivesse feito qualquer pedido. Cinco dias depois, renunciou ao
cargo.
A última vez que a dupla
esteve nas dependências do Planalto foi no dia 16 de fevereiro de 2022, quando
o registro obtido pela CNN revela que eles estiveram na Casa Civil. Reportagem
da CNN, publicada em março de 2022, revelou que a dupla tinha tanto trânsito na
estrutura do governo que pelo menos 44 prefeitos foram recebidos no MEC com a
presença dos pastores – que não tinham nenhum cargo.
Relatos de prefeitos mostraram que a propina era cobrada em dinheiro, em barras de ouro ou Bíblias superfaturadas para liberar recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para prefeituras cooptadas pelo esquema.
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