Também estiveram no encontro
os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado Federal em
exercício, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), além da presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, e de outros ministros da Suprema Corte.
"É importante ressaltar
que este fórum [de governadores] se reúne respeitando as diversas matizes
políticas que compõem a pluralidade ideológica e partidária do nosso país, mas
todos têm uma causa inegociável, que nos une: a democracia", destacou o
governador do Pará, Hélder Barbalho, que articulou o encontro, e fez uma fala
representando os governadores da Região Norte.
Durante a reunião, os
líderes estaduais foram unânimes em enfatizar a defesa do estado democrático de
direito no país. "Essa reunião de hoje significa que a democracia
brasileira vai se tornar, depois dos episódios de ontem, ainda mais
forte", disse o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, em nome da
Região Sudeste.
A governadora Fátima
Bezerra, do Rio Grande do Norte, falou da indignação com as cenas de destruição
dos maiores símbolos da democracia republicana do país e pediu punição aos
golpistas. "Foi muito doloroso ver as cenas de ontem, a violência
atingindo o coração da República. Diante de um episódio tão grave, não poderia
ser outra a atitude dos governadores do Brasil, de estarem aqui hoje. Esses
atos de ontem não podem ficar impunes", afirmou, em nome da Região
Nordeste.
Pela Região Sul, coube ao
governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, destacar algumas das ações
conjuntas deflagradas pelos estados, como a disponibilização de efetivos
policiais para manter a ordem no Distrito Federal e desmobilização de
acampamentos golpistas nos estados. "Além de estar disponibilizando
efetivo policial, estamos atuando de forma sinérgica em sintonia para a
manutenção da ordem nos nossos estados".
A governadora em exercício
do Distrito Federal, Celina Leão, disse que o governo da capital "coaduna
com a democracia" e lembrou da prisão, até o momento, de mais de 1,5 mil
pessoas por envolvimento nos atos de vandalismo. Celina Leão substitui o
governador Ibaneis Rocha, afastado na madrugada desta segunda, por decisão do
ministro do STF, Alexandre de Moraes. Ela aproveitou para dizer que o
governador afastado "é um democrata", mas que, "por
infelicidade, recebeu várias informações equivocadas durante a crise".
Desde ontem, o DF está sob
intervenção federal na segurança pública. O decreto assinado pelo presidente
Lula ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional, o que ocorrerá de
forma simbólica, assegurou o presidente da Câmara dos Deputados. "Nós
votaremos simbolicamente, por unanimidade, para demonstrar que a Casa do povo
está unida em defesa de medidas duras para esse pequeno grupo radical, que
hostilizou as instituições e tentou deixar a democracia de cócoras ontem".
Em discurso aos
governadores, o presidente Lula agradeceu pela solidariedade prestada e fez
duras críticas aos grupos envolvidos nos atos de vandalismo.
"Vocês vieram prestar
solidariedade ao país e à democracia. O que nós vimos ontem foi uma coisa que
já estava prevista. Isso tinha sido anunciado há algum tempo atrás. As pessoas
não tinham pautam de reivindicação. Eles estavam reivindicando golpe, era a
única coisa que se ouvia falar", disse.
O presidente também voltou a
criticar a ação das forças policiais e disse que é preciso apurar e encontrar
os financiadores dos atos democráticos. "A polícia de Brasília
negligenciou. A inteligência de Brasília negligenciou. É fácil a gente ver os
policiais conversando com os invasores. Não vamos ser autoritários com ninguém,
mas não seremos mornos com ninguém. Nós vamos encontrar quem financiou [os atos
golpistas]".
O ministro da Justiça e
Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que que as investigações em curso devem
resultar em novos pedidos de prisão preventiva e temporária, principalmente
contra os financiadores.
Presente na reunião, a
ministra Rosa Weber, presidente do STF, também fez questão de enaltecer a
presença dos governadores em um gesto de compromisso democrático com o Brasil.
"Eu estou aqui, em nome do STF, agradecendo a iniciativa do fórum dos
governadores de testemunharem a unidade nacional, de um Brasil que todos nós
queremos, no sentido da defesa da nossa democracia e do Estado Democrático de
Direito. O sentido dessa união em torno de um Brasil que queremos, um Brasil de
paz, solidário e fraterno".
Em outro gesto de unidade, após o encontro, presidente, governadores e ministros do STF atravessaram a Praça dos Três Poderes a pé, até a sede do STF, edifício que ontem também foi brutalmente destruído. A ministra Rosa Weber garantiu que o prédio estará pronto para reabertura do ano judiciário, em fevereiro. Do DP
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