terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Caminhões que bloquearam vias contra Lula foram usados para tráfico e contrabando

                  Caminhões usados em bloqueios antidemocráticos —contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva— de estradas e avenidas do Centro-Oeste já estiveram envolvidos em crimes como tráfico de drogas, contrabando e crime ambiental registrados pela polícia.

As informações constam de documento enviado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) ao STF (Supremo Tribunal Federal), a partir do levantamento de placas dos veículos que participaram de um comboio organizado por manifestantes em Cuiabá (MT) no dia 5 de novembro.

Nesta quarta-feira (7), o ministro Alexandre de Moraes determinou multa de R$ 100 mil aos proprietários dos caminhões listados no documento, que foram identificados pelas autoridades de Mato Grosso.

Moraes também tornou esses veículos indisponíveis —ou seja, proibiu a sua circulação e bloqueou seus documentos. A decisão ocorreu após ele ter determinado a adoção de providências para o desbloqueio de rodovias e espaços públicos no estado.

A situação foi ressaltada pelo procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Pereira, em ofício enviado ao STF em que pediu multa aos envolvidos.

Ele destacou que “alguns desses veículos têm, inclusive, envolvimento com ilícitos anteriores, conforme informado pela PRF”. Os donos dos veículos listados como participantes dos bloqueios são os mesmos que aparecem nos boletins de ocorrência registrados pela polícia.

A Folha entrou em contato por WhatsApp com as pessoas físicas listadas como proprietárias dos caminhões e com os motoristas citados nos casos, mas não obteve resposta. As empresas foram contatadas por email e também não responderam.

Um deles, um caminhão Mercedes Benz modelo Actros 265, já havia sido apreendido em outubro, mês anterior ao dos protestos dos quais participou.

Segundo documento da PRF, ele foi pego na BR-101, altura do município de Palhoça (Santa Catarina), transportando três toneladas de drogas (2,9 toneladas de maconha e 103 quilos de skank).

O motorista foi preso e conduzido, junto com o veículo, à Polícia Federal em Florianópolis. O condutor e outro homem que fazia parte do comboio relataram que ganhariam R$ 100 mil pelo serviço.

De acordo com o boletim de ocorrência, o caminhão estava registrado como de propriedade da empresa Sipal Indústria e Comércio. A mesma companhia teve oito veículos registrados na polícia como participantes de atos antidemocráticos. No dia 17 de novembro, Moraes mandou bloquear a conta bancária da empresa.

O dono e sócios da Sipal foram contatados por email, mas não responderam. A reportagem também ligou para a empresa e acionou por telefone e por WhatsApp o departamento de recursos humanos da empresa, que chegou a dizer nas mensagens que encaminharia os questionamentos para a área responsável —mas as perguntas nunca foram respondidas.

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