Propagar desinformação nas
redes sociais sobre o TSE;
Manter o assíduo uso
político da religião, que vem desde o 1º turno;
Assediar funcionários para
que votem a favor do presidente sob pena de punição.
Na quinta-feira (20),
bolsonaristas fizeram dezenas de postagens no Twitter com a expressão
"Conteúdo removido pelo TSE", para simular que haviam sido impedidos
de postar por ordem do tribunal. Não procede: quando a plataforma remove algum
conteúdo do ar por decisão da Justiça Eleitoral, a rede social coloca uma
mensagem sobre desinformação diferente dessa (e que aparece separado da
publicação, não dentro dela).
Outro episódio se deu sobre
uma suposta restrição por parte do TSE foi promovida pelo pastor mineiro André
Valadão, que tem mais de 5 milhões de seguidores no Facebook. Acionado na
Justiça eleitoral pelo PT em razão de afirmações falsas sobre a campanha de
Lula, o religioso foi notificado pela Corte para se defender no processo. Em
vez disso, postou um novo vídeo com críticas ao PT que dizia ser uma retratação
"a pedido do TSE". O Instagram marcou o post de Valadão como
falso.
Valadão é um personagem
importante por representar duas frentes da ofensiva bolsonarista: a
desinformação sobre censura e o uso da religião para fazer proselitismo
político em favor de um candidato, muitas vezes com coação.
Pastores têm ameaçado fiéis
que votam em Lula e feito cultos similares a comícios para o atual presidente
(como em Manaus e São Luís). Parte deles conta com a presença da primeira-dama,
Michelle Bolsonaro, que viaja o país para discursar em igrejas ao lado da senadora
eleita Damares Alves (Republicanos-DF).
Um dos mais recentes ocorreu
em um estado chave: Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país e
único estado do Sudeste em que Lula venceu Bolsonaro. Evento organizado pelo
deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL), ferrenho apoiador bolsonarista.
Na igreja católica,
bolsonaristas interrompem missas por acharem que os padres estão com discursos
alinhados à esquerda. Aconteceu em plena festa de Aparecida, no dia de Nossa
Senhora Aparecida, com apoiadores do presidente vaiando e xingando padres -- e
bebendo cerveja na basílica.
Ao mesmo tempo ocorre a
explosão de assédio eleitoral -- com bolsonaristas como agentes principais. Em
oito dias, as denúncias ao Ministério Público do Trabalho saíram de 173 para
706.
Há exemplos de Norte a Sul:
é empresário no Tocantins que promete 15º salário de Bolsonaro for eleito; na
Bahia, ruralista que ameaça "demitir sem dó" o empregado que votar
Lula; e quem obrigue funcionárias a gravar o foto com o celular no sutiã,
também na Bahia.
Entre os assédios, Minas Gerais aparece com destaque, outra vez: os casos locais de eleitores sendo pressionados quadruplicaram em uma semana. É Minas Gerais um dos focos do bolsonarismo para virar votos de Lula para vencer em todo o Sudeste e potencializar a votação nacional sobre o petista.
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