Eleitores do Agreste, Sertão e Zona da Mata pernambucana, devem retornar às urnas em 2021 para participarem de eleições suplementares, após um pleito concorrido em novembro do ano passado, quando foram eleitos os novos prefeitos/prefeitas e os vereadores dos 184 municípios pernambucanos.
O problema é que em alguns deles, os casos foram
parar na justiça eleitoral levando a cassação dos eleitos por irregularidades
cometidas durante o pleito passado ou por indeferimento da candidatura.
A realização de eleições suplementares ocorrem em
duas hipóteses, previstas, respectivamente, no caput e no § 3º do art. 224 do
Código Eleitoral, quais sejam, quando mais da metade dos votos de determinada
eleição forem declarados nulos pela Justiça Eleitoral, e em casos quando houver
decisão final da Justiça Eleitoral que importe o indeferimento do registro, a
cassação do diploma ou a perda do mandato de candidato eleito em pleito majoritário,
independentemente do número de votos anulados.
Havendo nova eleição, o processo eleitoral será
reaberto: escolha dos candidatos em convenção partidária, pedido de registro (e
de impugnação) de candidato, propaganda eleitoral, votação, totalização dos
votos, proclamação dos eleitos e prestação de contas de campanha eleitoral.
Em Pernambuco, até o momento, a previsão é que em
breve ocorram novas eleições em Arcoverde, Capoeiras, Palmerina e Pesqueira,
entretanto, esse número pode aumentar diante dos processos que estão sendo
julgados, com reconhecimento da existência de abusos de direito político e
econômico nas eleições, como ocorreu recentemente em Maraial e Verdejante.
Essa realidade demonstra que a Justiça Eleitoral
está atuando para dar fiel e irrestrito cumprimento às normas, de modo a
afastar das gestões municipais, políticos que estejam enquadrados na Lei da
Ficha Limpa, bem como aqueles que realizaram condutas não republicanas no ano
das eleições, através da utilização da máquina pública em benefício dos
candidatos apoiados pelos prefeitos ou prefeitas de então.
Que esses casos sirvam de exemplo, para afastar
da vida pública os políticos que adotam as velhas práticas que não mais se
amoldam aos novos ares da Democracia Brasileira e que as próximas eleições sejam
marcadas pela lisura e do direito ao exercício do voto de forma livre e
consciente. Democracia se faz com justiça!
Dr. Pedro Melchior, Advogado especialista em direito público - administrativo,
eleitoral e tributário. Fundador da banca Barros Advogados Associados.
Consultor jurídico de diversos municípios pernambucanos.
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