A operação denominada Articulata é um
desdobramento de investigações deflagradas em junho deste ano que apuram
esquema milionário de direcionamento de licitações na compra emergencial de
materiais médicos para utilização no combate à pandemia do novo coronavírus.
Ao todo, foram cumpridos nesta quinta 11 mandados
de busca e apreensão nas cidades de Recife, Olinda, Camaragibe, Itapissuma,
Gravatá e Ipojuca. As diligências foram realizadas em sedes de empresas,
endereços residenciais e em um órgão público.
As ordens judiciais foram expedidas pelo TRF-5 (Tribunal Regional Federal da 5ª Região). A Polícia Federal não divulgou os nomes dos alvos. A investigação, de acordo com a Polícia Federal, teve início em junho deste ano a partir da análise dos materiais apreendidos na primeira fase da operação denominada Casa de Papel.
De acordo com a PF, os policiais encontraram
indícios de participação de pessoa com prerrogativa de foro no esquema de
corrupção, organização criminosa e favorecimento em licitações.
A operação Casa de Papel foi deflagrada no dia 16
de junho pela Polícia Federal em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da
União) e com o MPF (Ministério Público Federal).
Após análise de documentos, foi constatado pela
investigação que uma empresa contratada pelo esquema fraudulento pertencia a um
grupo econômico do setor gráfico, que estaria sendo beneficiado com contratos
públicos milionários há mais de uma década.
“A operação de hoje é um desdobramento (da Casa
de Papel). Um dos investigados, apontado como possível arrecadador de propina,
a despeito de ele ter tentado sabotar a investigação ao apagar o conteúdo do
celular, recuperaramos boa parte [do conteúdo]”, disse a delegada Andrea Pinho.
Ela identificou um vínculo estranho entre ele e o
alvo com prerrogativa de foro. “Eles conversaram diversas vezes na data da
deflagração da operação policial, às 6h da manhã”, declarou a delegada.
Ela afirmou, sem apresentar detalhes, que
constatou encontros fora da agenda e sem motivo aparente entre o alvo com
prerrogativa de foro e vários fornecedores do estado. “Diante das evidências,
entendemos pela necessidade de aprofundar a investigação”, concluiu.
O governo de Pernambuco foi procurado pela Folha, mas, até o momento, ainda não se posicionou. Por João Valadares, da Folha de S. Paulo
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