
As
possibilidades de impeachment e de renúncia do presidente Jair Bolsonaro
continuam dividindo a população praticamente ao meio, de acordo com a mais
recente pesquisa Datafolha. Opiniões
favoráveis ao presidente, porém, estão numericamente um pouco à frente em
relação a essas duas hipóteses.
Quanto
ao afastamento via Congresso, os números tiveram pequena oscilação em relação
aos levantados em pesquisa anterior do instituto, no fim de abril.
Disseram
que o Congresso não deve abrir processo para afastar o presidente 50% dos
entrevistados, dois pontos percentuais acima da taxa obtida na pesquisa de
abril. Para 46%, o Legislativo deveria dar início ao processo – eram 45% há um
mês.
Essas
variações estão dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais,
para mais ou para menos.
O
Datafolha ouviu 2.069 pessoas em todos os estados do país na segunda (25) e
terça-feira (26).
Em
relação à renúncia, 50% acreditam que o presidente não deve renunciar, mesmo
índice da pesquisa anterior.
A
taxa de quem defende a renúncia de Bolsonaro atingiu agora seu índice mais alto
na sequência de pesquisas – 48% –, mas variou dentro da margem de erro. No fim de
abril, eram 46%, e há dois meses, 37%.
As
discussões sobre o afastamento do presidente via processo no Congresso ou
renúncia cresceram nos últimos meses com a crise política impulsionada pelo
novo coronavírus.
Grupos
políticos que até então hesitavam em pedir a saída de Bolsonaro, como o PT,
passaram a aderir a esses pedidos.
Estimularam
esse debate fatores como as declarações do presidente minimizando a pandemia e
sua presença em manifestações pedindo golpe militar.
Segundo
o Datafolha, tanto no questionamento sobre impeachment quanto no relacionado à
renúncia, recortes mostram que a rejeição a Bolsonaro cresce entre mulheres,
entrevistados com ensino superior e jovens de 16 a 24 anos.
Esses
segmentos da população também tendem a desaprovar mais a gestão de Bolsonaro na
Presidência. Entre a população em geral, 43% consideram seu governo ruim ou
péssimo, 33% acham ótimo ou bom e outros 22% o classificam como regular.
Entrevistados
que defendem o "lockdown" (fechamento total das cidades para evitar a
propagação do novo coronavírus), o apoio à renúncia vai a 61%.
No
recorte regional, a taxa favorável à abertura do impeachment sobe para 54% no
Nordeste e cai para 38% no Sul.
Entre
os grupos que mais se opõem à saída de Bolsonaro do cargo estão entrevistados
do sexo masculino e aposentados, no qual o apoio ao processo de impeachment é
de 36%.
Os
contrários ao "lockdown" somam rejeição de 75% à abertura do processo
no Congresso. Entre eleitores que declaram ter votado em Bolsonaro no 2º turno
em 2018, só 21% apoiam o processo de afastamento e 22% a renúncia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário