
Um
novo estudo feito com mais de 96 mil pessoas internadas com Covid-19 em 671
hospitais de seis continentes indica que quem tomou hidroxicloroquina e
cloroquina teve aumento significativo do risco de morte pela Covid-19. Este
é o maior estudo realizado sobre o uso dos medicamentos no tratamento da
Covid-19. O resultado foi publicado na revista científica inglesa The Lancet,
uma das mais prestigiosas do mundo.
Foram
analisados dados obtidos entre 20 de dezembro de 2019 e 14 de abril de 2020.
Todos os pacientes tiveram alta hospitalar ou morreram até o dia 21 de abril.
Segundo
os pesquisadores, não foi possível comprovar qualquer benefício da
administração da cloroquina ou da hidroxicloroquina.
Dos
96.032 pacientes com Covid-19 foram hospitalizados durante o período do estudo.
Desses, 14.888 estavam nos grupos que receberam tratamentos (1.868 receberam
cloroquina, 3.783 receberam cloroquina associada a antibióticos, 3.016
receberam somente hidroxicloroquina e 6.221 receberam hidroxicloroquina
associada a antibióticos). Outros 81.144 estavam no grupo controle.
Cerca
de 11% dos pacientes do estudo morreram. Os mais propensos a morrer eram os
homens, os mais velhos, os obesos, negros ou hispânicos e aqueles que tinham
doenças associadas. Além disso, diferentemente do estudo fracês que indicava
efeito protetor da nicotina, os mais propensos a morrer relataram ser fumantes.
O
grupo de pacientes que recebeu o medicamento em alguma das quatro modalidades
teve maior mortalidade do que o grupo controle. A maior mortalidade foi
observada entre os que receberam hidroxicloroquina associdade com antibióticos
(23,8%), seguida por cloroquina com antibiótico (22%), apenas hidroxicloroquina
(18%) e apenas cloroquina (16,4%).
A
modalidade que mais apresentou risco do paciente desenvolver arritmia cardiaca
foi a administração de hidroxicloroquina com antibióticos (8,1%), seguida por
cloroquina com antibiótico (6,5%), apenas hidroxicloroquina (6,1%) e apenas
cloroquina (4,3%).
Nenhum comentário:
Postar um comentário