
O
jornal Folha de S. Paulo e o site The Intercept Brasil desenterraram nesta
quinta-feira (26) a delação do ex-presidente Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ),
que tira o sonho do ex-juiz Sérgio Moro (atual ministro da Justiça) e do
procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa Lava Jato.
A
reportagem publicada hoje relata que teve acesso à proposta de delação de
Cunha, não homologada, que cita 120 políticos brasileiros. No documento, o
ex-presidente da Câmara detalha o modus operandi do esquema de propinas e da
participação da JBS no impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2016.
De
acordo com a Vaza Jato, o empresário Joesley Batista queria emplacar –e
emplacou– Henrique Meirelles como ministro da Fazenda de Michel Temer (MDB),
caso a petista caísse. Em troca, Cunha teria financiamentos ilimitados para seu
projeto político.
Por
que a não-delação de Cunha ainda atormenta Moro, Dallagnol e demais integrantes
da força-tarefa?
Simples.
O Intercept tem os arquivos das conversas cujos conteúdos, aos poucos, estão
sendo tornados públicos. Uma pista do que vem por aí foi publicada em julho,
pela revista Veja. Na época, o veículo de comunicação mostrou um diálogo de
Moro com Deltan acerca da delação de Cunha. O então juiz afirmou que esperava
que não precedessem a notícia da delação. “Sou contra, como sabe”, disse o
atual ministro da Justiça.
Glenn
Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, sabe que Moro e Dallagnol
fizeram no verão passado. É por isso que o espectro da delação de Eduardo Cunha
tira o sono deles.
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