
Mais
de R$ 19 milhões foram desviados em propinas por organização criminosa composta
por delegados, policiais civis e militares, despachantes, comerciantes e donos
de pátios de apreensão de veículos em Santa Luzia, na Região Metropolitana de
Minas Gerais (RMBH).
O
Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou nesta quinta-feira (12/12)
16 pessoas que participavam das irregularidades envolvendo o Departamento de
Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). Foram recolhidos mais de R$ 840 mil pela
força-tarefa, a maior apreensão feita neste ano pelo Grupo de Atuação Especial
de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O
esquema é antigo e foram identificados crimes cometidos pelo menos desde 2011.
A investigação apontou que a organização atuava em praticamente todos os
serviços do Detran em Santa Luzia: liberação e transferências de veículos,
realização de vistoria e leilões e contava até com a participação de policiais
nos lucros de pátios de apreensão do município, licenciados ilicitamente.
Há
imagens que mostram o desvio de peças e equipamentos de veículos apreendidos. A
organização também fazia blitzes pela Polícia Militar (PM) para a apreensão de
veículos.
“Com
a liberação, ganhavam propina. Além disso, identificamos a apreensão simulada
de veículos no sistema, com o objetivo de acelerar a liberação. Ele era apreendido
no sistema da Polícia Civil (PC) e, em seguida, a apreensão era cancelada. O
carro nem chegava a ir para o pátio”, afirma a promotora de Justiça do Gaeco
Paula Ayres Lima.
A
cobrança de propina era a condição para que serviços fossem executados com
rapidez. De acordo com a denúncia, o delegado de polícia Christian Nunes de
Andrade chefiava o esquema, ficando com metade da propina desviada e 10% dos
valores dos leilões. Na casa dele, foram apreendidos carros e motos de luxo. O
delegado e mais oito presos estão presos. “O
delegado Christian é o chefe do esquema e o principal beneficiário”, diz
promotora.
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