
O
juiz Danilo Pereira Júnior, da 12ª Vara Criminal Federal de Curitiba, aceitou
nesta sexta-feira (8) o pedido da defesa do ex-presidente do
República Luiz Inácio Lula da Silva e o autorizou a deixar a prisão. Condenado
em duas instâncias no caso do triplex, Lula ficou 1 ano e 7 meses preso
na Superintendência da Polícia Federal (PF) de Curitiba. Agora, ele terá o
direito de recorrer em liberdade e só vai voltar a cumprir a pena de 8 anos, 10
meses e 20 dias após o trânsito em julgado.
Os
advogados pediram a soltura do petista depois que o Supremo Tribunal Federal
(STF) derrubou a prisão após condenação em segunda instância.
Na
quinta-feira (7), por 6 votos a 5, o STF mudou um entendimento de 2016 e
decidiu que, segundo a Constituição, ninguém pode ser considerado culpado até o
trânsito em julgado (fase em que não cabe mais recurso) e que a execução
provisória da pena fere o princípio da presunção de inocência.
“A
decisão da Suprema Corte confirma aquilo que nós sempre dissemos, que não havia
a possibilidade de execução antecipada da pena”, disse Cristiano Zanin,
advogado de Lula, logo após pedir o alvará de soltura.
A
defesa disse que espera agora a “nulidade de todo o processo, com o
reconhecimento da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro”.
Na
decisão pela soltura, o juiz ressalta que, a partir da decisão do STF,
"firmou-se novo entendimento, no sentido de que a execução penal
provisória, antes de findadas as oportunidades para recurso, somente é cabível
quando houver sido decretada a prisão preventiva do sentenciado, nos moldes do
artigo 312 do Código Processo Penal".
Lula
ficou preso em uma sala especial – garantia prevista em lei. A sala tem 15
metros quadrados e fica no 4º andar do prédio da PF. O local tem cama, mesa e
banheiro de uso pessoal. A Justiça autorizou que ele tivesse uma esteira
ergométrica na sala.
O
ex-presidente tinha os requisitos necessários para progredir para o regime
semiaberto: atingiu 1/6 da pena em 29 de setembro deste ano. Mas a mudança
ainda não tinha sido analisada pela juíza.
Durante
o período na prisão, Lula deixou a sede da PF em duas ocasiões: para ir ao
interrogatório no caso do sítio de Atibaia, que ocorreu em novembro de 2018, e
ao velório do neto Arthur Lula da Silva, de 7 anos, em São Bernardo do Campo
(SP), em março deste ano.
Lula
não teve a mesma autorização da Justiça para ir ao funeral do irmão Genival
Inácio da Silva, de 79 anos, conhecido como Vavá, dois meses antes.
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