A
edição de hoje do Jornal Nacional divulgou uma menção nominal ao presidente
Jair Bolsonaro (PSL) no caso dos assassinatos da vereadora Marielle Franco
(PSOL), do Rio de Janeiro, e do motorista dela, Anderson Gomes, ocorridos em 14
de março de 2018. De acordo com o telejornal, a simples citação ao nome do
presidente pode levar o caso a ser investigado pelo STF (Supremo Tribunal
Federal), devido ao foro por prerrogativa de função.
Em
live pelo Facebook, Bolsonaro atacou duramente a TV Globo e chamou a reportagem
de "patifaria". O porteiro do condomínio onde morava Bolsonaro à época.
disse em depoimento que alguém com a voz dele autorizou a entrada de um dos
suspeitos da morte da vereadora no dia do crime. Bolsonaro, no entanto, neste
dia estava na Câmara dos Deputados, segundo registro de presença da Casa
consultado pela reportagem da Globo.
De
acordo com o telejornal da Rede, o caderno da única portaria do Vivendas da
Barra foi analisado pela polícia e apontou um visitante ao local na noite do
crime. No mesmo condomínio vivia o policial militar reformado Ronnie Lessa,
apontado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil como o autor dos disparos
que mataram Marielle e Anderson. O suspeito teria anunciado ao porteiro que
visitaria Bolsonaro, mas se direcionou para a casa de Lessa.
Horas
antes do crime, às 17h10 de 14 de março de 2018, Élcio Vieira de Queiroz -
outro suspeito do crime preso pelos assassinatos - chegou à portaria do
condomínio e disse que ia a uma das casas que pertencem a Bolsonaro. O nome de
Élcio ficou registrado no caderno, assim como o veículo no qual ele estava (um
Renault Logan, placa AGH-8202). O porteiro então informa ter contatado a casa;
segundo dois depoimentos, "seu Jair" liberou a entrada.
As
câmeras do condomínio acompanharam o trajeto do carro de Élcio, mas seu carro
foi a outro endereço, onde morava Ronnie Lessa. O porteiro afirma então que
ligou para a casa do presidente da República, que teria dito saber para onde o
veículo liberado estava indo. Élcio e Ronnie saíram juntos do local mais tarde.
Em
nota, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, classificou a informação
divulgada pelo Jornal Nacional como "muito grave". Além disso, a
sigla à qual pertencia a vereadora exigiu esclarecimentos
"imediatamente". "O PSOL nunca fez qualquer ilação entre o
assassinato e Jair Bolsonaro. Mas as informações veiculadas hoje são
gravíssimas. O Brasil não pode conviver com qualquer dúvida sobre a relação
entre o Presidente da República e um assassinato. As autoridades responsáveis
pela investigação precisam se manifestar. Exigimos respostas. Exigimos justiça
para Marielle e Anderson", comunicou. Do UOL.
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