segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Bolsonaro fala em reavaliar escola de tempo integral e reforma do ensino médio


          O governo Jair Bolsonaro promete uma reavaliação das políticas de ampliação da oferta de educação tempo integral e reforma do ensino médio, bandeiras da gestão Michel Temer. No texto da Mensagem ao Congresso, o governo descreve em dez páginas a área de educação. O conteúdo traz mais um exposição das ações atuais do Ministério da Educação (MEC) do que ações concretas a serem desenvolvidas. 

O foco em alfabetização, ensino técnico, valorização da disciplina na escola e combate à suposta doutrinação é reafirmado. Já o Plano Nacional de Educação (PNE), que traça metas para a educação, é ignorado.

"Conteúdo e métodos de ensino precisam ser mudados. Devem ser enfatizados os processos de ensino e de aprendizagem em matemática, ciências e português e abolir, de vez, qualquer iniciativa de doutrinação ideológica e sexualização precoce no ambiente escolar", diz o texto.

A mensagem cita, na área de educação, o objetivo de reavaliar ao menos seis ações e políticas educacionais, sem indicar quais seriam os caminhos a seguir. Com relação à ampliação da oferta de educação em tempo integral e à reforma do ensino médio, é importante, diz o documento, "observar que os programas implementados pelo Governo Federal serão objeto de avaliações, pautadas em evidências, visando ao seu aprimoramento".

São citados como tópicos de reavaliação do governo os projetos das universidades federais, programas de bolsa e financiamento estudantil, residência em saúde e residência médica e o acesso da população à assistência à saúde nos Hospitais universitários federais. O objetivo é, segundo o documento, "garantir maior eficiência e eficácia dessas ações".

Com relação a bolsas e financiamento estudantil, o governo federal tem o ProUni (Universidade para Todos) e o Fies, dois programas criados nas gestões do PT. O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico que a a ideia de universidade para todos não existe. Após repercussão negativa, gravou vídeo em que relativiza a declaração: "Universidade, do ponto de vista da capacidade, não é para todos, somente algumas pessoas que têm desejo de estudos superiores e que se habilitam para isso entram na universidade".

Não fica claro se a equipe do ministro Vélez Rodríguez irá alterar o conteúdo da Base Nacional Comum Curricular, mas o texto ressalta que a base será "apreciada pelo governo federal". O documento define o que os alunos da educação básica devem aprender e sua homologação ocorreu na gestão passada. 

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