
O
Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco instaurou novo procedimento
administrativo com a finalidade de fiscalizar a qualidade das informações de
transparência fornecidas pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) e pelas
Organizações Sociais de Saúde, de 2010 a 2018. O MPF também instaurou outro
procedimento para acompanhar a alimentação dos portais da transparência da SES
e das organizações em 2019. A responsável pelo caso é a procuradora da
República Silvia Regina Pontes Lopes.
A
instauração dos procedimentos ocorreu após o MPF ser informado pela
Controladoria-Geral da União (CGU) que o ranking da “Escala Brasil Transparente
360º”, divulgado em dezembro de 2018, não analisou os recursos repassados ao
terceiro setor, inclusive às Organizações Sociais de Saúde. A atuação do MPF
decorre também de nova auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de
Pernambuco, que constatou que continua pendente a disponibilização de
informações de execução orçamentária e financeira da SES, a exemplo de notas de
empenho decorrentes de licitações concluídas, sem nenhuma alteração do cenário
detectado em auditoria do TCE de junho do ano passado.
Após
o ajuizamento das ações pelo MPF, a SES passou a disponibilizar dados de
transferências dos últimos seis meses ao terceiro setor. No entanto, entre 2011
e 2018, o destino dos recursos repassados às Organizações Sociais de Saúde
continuam sem controle social. De acordo com o TCE, o Estado repassou, apenas
em 2017, R$ 1,2 bilhão a essas organizações. “É preciso saber o caminho do
dinheiro, desde sua liberação pela Secretaria de Saúde até a empresa contratada
pela organização social”, reforça a procuradora da República.
As
irregularidades persistem após quase oito anos da entrada em vigor da Lei de
Acesso à Informação e de dois anos de atuação do MPF no caso, por meio de
instauração de inquérito civil, expedição de recomendações, promoção
de audiência pública e o ajuizamento das ações.
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