A
campanha de Jair Bolsonaro, líder nas pesquisas nos cenários sem Lula,
entra no momento de definições a partir desta segunda-feira. Ainda sem vice
após duas negativas, o candidato do PSL à Presidência da República deve se
reunir, em São Paulo, com a advogada Janaina Paschoal para saber se
ela aceita ou não o posto. Preocupada em como seria para sua família se mudar
para Brasília, Paschoal mostrou-se reticente em assumir o cargo, o que levou o
PSL a considerar um astronauta e até um príncipe para a vaga.
Depois
do encontro com Janaína, Bolsonaro será o último presidenciável a ser
sabatinado pelo programa de debates “Roda Viva”, da TV Cultura. Participarão da
bancada Sérgio Dávila, editor-executivo do jornal Folha de S.Paulo; Thaís
Oyama, redatora-chefe da revista Veja; Maria Cristina Fernandes, colunista
do Valor Econômico; Leonencio Nossa, repórter especial do jornal O
Estado de S. Paulo; e Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo.
A
aparição na TV pouco antes do início da campanha eleitoral é importante para o
deputado, cujo partido, o minúsculo PSL, deve ficar com menos de dez segundos
do horário eleitoral na televisão, que começará no dia 31 de agosto.
Além
de permitir que Bolsonaro atinja um público menos ligado nas redes sociais, o
programa tem potencial de gerar ainda mais interesse por ele na própria
internet — o deputado é o presidenciável com maior número de seguidores nas
redes (7,97 milhões somando Facebook, Twitter e Instagram).
Segundo
reportagem da revista piauí, o “Roda Viva” foi o responsável pelos maiores
picos de interesse na internet em relação aos candidatos desde o início do ano.
Foi o caso de Manuela D’Ávila, pré-candidata do PCdoB, que, depois de ser
entrevistada, ficou em segundo lugar no ranking de políticos com maior taxa de
engajamento no Facebook, de acordo com medição do Atlas Político —atrás,
justamente, de Bolsonaro.
O
desafio é segurar a boca, já que declarações polêmicas do deputado podem gerar
um impacto negativo e desagradar o eleitorado não convertido. Ou mesmo render
processos, considerando que Bolsonaro já foi acusado de racismo pela
Procuradoria-Geral da República por declarações sobre quilombolas, mulheres e
LGBTs. Bolsonaro precisará de palanques de agora até outubro. Hoje é uma
oportunidade única.
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