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A
polêmica votação do terreno do Parque de Exposições para um grupo empresarial
construir e colocar em funcionamento um shopping Center demonstrou que o
governo não conta 100% com sua bancada, apesar da aprovação do projeto. O maior
exemplo foi dado pela vereadora governista Cybele Roa (PP), que, apesar de
votar favorável, criticou duramente o envio do projeto de forma tempestiva.
A
parlamentar progressista disse que isso não poderia estar acontecendo naquela
casa legislativa, pois os projetos só chegavam em cima da hora e mesmo com
parecer jurídico acabavam tendo erros que tinham que ser corrigidos.
Em
determinando momento, a vereadora disse que não precisaria mais dos vereadores
já que os pareceres jurídicos por si só aprovam as matérias, quando na
realidade quem vota e aprova é o vereador. Neste momento ela foi retrucada pela
também vereadora governista e presidente da casa, Célia Almeida. Ela ressaltou
que os pareceres jurídicos são essenciais e obrigatórios para que não ocorram
casos de inconstitucionalidades, mas que quem quiser votar contra o projeto
ficasse a vontade.
A
vereadora Cybele disse que votaria favorável, mas não se admitia que o governo
enviasse, assim como fez com o projeto dos agentes de saúde, medidas em cima da
hora para serem votadas sem mesmo serem debatidas. Disse que foi graças a
pressão dos ACS que a Câmara teve que mudar a lei. Para a vereadora também
governista, Célia Almeida, a mudança não foi fruto de pressão, mas de concessão
do governo. Os governistas não conseguem falar a mesma linguagem.
“Hoje
nós estamos mais uma vez votando um projeto extremamente necessário...Mas nós tomamos
conhecimento dele agora, no início da noite. Não tivemos o prazer de ver ele
passar pelas comissões desta casa...Todos se recordam também da semana
passada...Na semana passada votamos também um projeto muito importante, que era
aquela que dava o benefício aos ACS”.
Segundo
a vereadora, o projeto dos ACS chegou com erro e teve que ser modificado de
última hora, mesmo sem ter passado pelas comissões. Ela acredita que devera
usar o regimento e levar para as comissões e dentro de três dias trazer o
parecer para ser votado. “A impressão que agente tem é que o projeto chega na
hora de votar”, concluiu Cybele num tom que em nada parece ter a cor
governista.
Segundo
a vereadora progressista, aceitando esses tipos de atitudes os vereadores estão
se eximindo de uma obrigação que é dar um parecer nas devidas comissões. Ela concluiu
dizendo que sente falta de “participarmos mais dessa discussão”. Pelo visto o
governo não fala a mesma linguagem da sua base parlamentar.