terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Vereadora Cybele bate de frente com governo na votação de doação de terreno

Foto arquivo
         A polêmica votação do terreno do Parque de Exposições para um grupo empresarial construir e colocar em funcionamento um shopping Center demonstrou que o governo não conta 100% com sua bancada, apesar da aprovação do projeto. O maior exemplo foi dado pela vereadora governista Cybele Roa (PP), que, apesar de votar favorável, criticou duramente o envio do projeto de forma tempestiva.

A parlamentar progressista disse que isso não poderia estar acontecendo naquela casa legislativa, pois os projetos só chegavam em cima da hora e mesmo com parecer jurídico acabavam tendo erros que tinham que ser corrigidos.

Em determinando momento, a vereadora disse que não precisaria mais dos vereadores já que os pareceres jurídicos por si só aprovam as matérias, quando na realidade quem vota e aprova é o vereador. Neste momento ela foi retrucada pela também vereadora governista e presidente da casa, Célia Almeida. Ela ressaltou que os pareceres jurídicos são essenciais e obrigatórios para que não ocorram casos de inconstitucionalidades, mas que quem quiser votar contra o projeto ficasse a vontade.

A vereadora Cybele disse que votaria favorável, mas não se admitia que o governo enviasse, assim como fez com o projeto dos agentes de saúde, medidas em cima da hora para serem votadas sem mesmo serem debatidas. Disse que foi graças a pressão dos ACS que a Câmara teve que mudar a lei. Para a vereadora também governista, Célia Almeida, a mudança não foi fruto de pressão, mas de concessão do governo. Os governistas não conseguem falar a mesma linguagem.

“Hoje nós estamos mais uma vez votando um projeto extremamente necessário...Mas nós tomamos conhecimento dele agora, no início da noite. Não tivemos o prazer de ver ele passar pelas comissões desta casa...Todos se recordam também da semana passada...Na semana passada votamos também um projeto muito importante, que era aquela que dava o benefício aos ACS”.

Segundo a vereadora, o projeto dos ACS chegou com erro e teve que ser modificado de última hora, mesmo sem ter passado pelas comissões. Ela acredita que devera usar o regimento e levar para as comissões e dentro de três dias trazer o parecer para ser votado. “A impressão que agente tem é que o projeto chega na hora de votar”, concluiu Cybele num tom que em nada parece ter a cor governista.

Segundo a vereadora progressista, aceitando esses tipos de atitudes os vereadores estão se eximindo de uma obrigação que é dar um parecer nas devidas comissões. Ela concluiu dizendo que sente falta de “participarmos mais dessa discussão”. Pelo visto o governo não fala a mesma linguagem da sua base parlamentar.