Do G1PE
Deflagrada
pela Polícia Federal, a 42ª
fase da Operação Lava Jato prendeu dois irmãos, ambos empresários, na manhã
desta quinta-feira (27), no Recife. A mesma ação prendeu, em Sorocaba (SP), o
ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine. Os empresários
detidos na capital pernambucana são apontados pela PF como operadores
financeiros de Bendine.
Os
quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Recife e em Ipojuca, na
Região Metropolitana. Eles são relacionados a André Gustavo Vieira da Silva e
Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior. Os irmãos são sócios da empresa de
publicidade Arcos. André Gustavo é representante de Bendine. Essa não é a
primeira vez que ele é citado em uma delação da Odebrecht.
Antônio
Carlos foi preso em casa, no Recife. A captura de André Gustavo ocorreu no
Aeroporto Internacional Gilberto Freyre, na capital pernambucana. Ele
embarcaria para Brasília (DF). De acordo com o advogado dos dois, Ademar
Rigueira, André mora na capital federal e estava retornando para a residência.
Por
telefone, Rigueira se diz surpreso com as prisões temporárias dos seus clientes
e que está se inteirando do processo. O advogado ainda afirma que considerada
as prisões precipitadas.
Além
de Bendine, a nova fase também mira nos operadores financeiros suspeitos de
operacionalizar o recebimento de R$ 3 milhões. Aparentemente, de acordo com a
PF, estes pagamentos somente foram interrompidos com a prisão de Marcelo
Odebrecht.
A
atual fase foi batizada de Cobra e cumpre três mandados de prisão temporária e
11 de busca e apreensão. Além de Pernambuco, a PF atuou no Distrito Federal,
Rio de Janeiro e em São Paulo. A prisão temporária tem prazo de cinco dias e
pode ser prorrogada pelo mesmo ou convertida para preventiva, que é quando o
investigado não tem prazo para deixar a prisão.
egundo
depoimento de delação feito por Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, Bendine
solicitou e recebeu R$ 3 milhões para auxiliar a empreiteira em negócios com a
Petrobras. Conforme os delatores, o dinheiro foi pago em espécie através de um
intermediário.
Segundo
o Ministério Público Federal (MPF), há evidências indicando que, numa primeira
oportunidade, um pedido de propina no valor de R$ 17 milhões foi realizado por
Aldemir Bedine à época em que era presidente do Banco do Brasil, para
viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da Odebrecht AgroIndustrial.
"Marcelo
Odebrecht e Fernando Reis, executivos da Odebrecht que celebraram acordo de
colaboração premiada com o Ministério Público, teriam negado o pedido de
solicitação de propina porque entenderam que Bendine não tinha capacidade de
influenciar no contrato de financiamento do Banco do Brasil", disseram os
procuradores.
Os
presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. A
fase anterior da Operação da Lava Jato, batizada de Poço Seco tinha ocorrido em
maio deste ano.