O esquema na reconstrução do estádio Mané Garrincha, em
Brasília – DF, e que levou a prisão nesta terça-feira (23) dois ex-governadores
(Agnelo Queiroz e José Roberto Arruda), foi o fio condutor para desenrolar
esquema semelhante ocorrido na construção da Arena Pernambuco, em São Lourenço
da Mata, revela o jconline.
A informação é do Ministério Público Federal, segundo o
qual, receberam de ex-diretores de empreiteiras em delação premiada que a obra
em Pernambuco foi concedida como “um favor” à Odebrecht por ter permitido que a
Andrade Gutierrez ganhasse a licitação em Brasília. A Odebrecht teria oferecido
um valor maior para refazer o Mané Garrincha, num acordo já acertado com a
Andrade Gutierrez que apresentou um preço menor e levou a obra.
O governador Paulo Câmara, o prefeito Geraldo Julio e o
deputado federal Tadeu Alencar, todos do PSB, participavam do Comitê Gestor
para a construção da Arena Pernambuco, hoje sede de jogos do Clube Náutico
Capibaribe, time de preferência do ex-governador Eduardo Campos, já falecido. Os
três já negaram em outro momento envolvimento em qualquer ilícito.
Em 2015, a operação Fair Play, deflagrada pela Polícia
Federal, já havia apontado suspeitas em pagamentos feitos a políticos como
Paulo Câmara, Geraldo Julio, Fernando Bezerra Coelho e Tadeu Alencar, todos
socialistas, via doações oficiais da Odebrecht e da Projetec. Há suspeitas de
superfaturamento de ao menos R$ 42 milhões nas obras da Arena Pernambuco,
baseado em perícia da Polícia Federal, e de favorecimento à Odebrecht pelo
comitê gestor.
Em nota ao jconline, o Governo de Pernambuco diz que “não
participa e nem participou de nenhuma formação de cartel entre as empreiteiras
para a Copa de 2014”. Diz que “também não existe nenhuma justificativa para a
reiterada tentativa de veicular os nomes de Paulo Câmara, do prefeito Geraldo Julio
e do deputado Tadeu Alencar a qualquer insinuação de irregularidades”. Na nota,
o governo do estado afirma que “não houve superfaturamento” e que o terreno foi
validado pela Fundação Getúlio Vargas e nunca questionado pelo Tribunal de
Contas do Estado. Do JC Online.