terça-feira, 23 de maio de 2017

Irregularidades na Arena Pernambuco estão vinculadas a superfaturamentos em Brasília

            O esquema na reconstrução do estádio Mané Garrincha, em Brasília – DF, e que levou a prisão nesta terça-feira (23) dois ex-governadores (Agnelo Queiroz e José Roberto Arruda), foi o fio condutor para desenrolar esquema semelhante ocorrido na construção da Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, revela o jconline.

A informação é do Ministério Público Federal, segundo o qual, receberam de ex-diretores de empreiteiras em delação premiada que a obra em Pernambuco foi concedida como “um favor” à Odebrecht por ter permitido que a Andrade Gutierrez ganhasse a licitação em Brasília. A Odebrecht teria oferecido um valor maior para refazer o Mané Garrincha, num acordo já acertado com a Andrade Gutierrez que apresentou um preço menor e levou a obra.

O governador Paulo Câmara, o prefeito Geraldo Julio e o deputado federal Tadeu Alencar, todos do PSB, participavam do Comitê Gestor para a construção da Arena Pernambuco, hoje sede de jogos do Clube Náutico Capibaribe, time de preferência do ex-governador Eduardo Campos, já falecido. Os três já negaram em outro momento envolvimento em qualquer ilícito.

Em 2015, a operação Fair Play, deflagrada pela Polícia Federal, já havia apontado suspeitas em pagamentos feitos a políticos como Paulo Câmara, Geraldo Julio, Fernando Bezerra Coelho e Tadeu Alencar, todos socialistas, via doações oficiais da Odebrecht e da Projetec. Há suspeitas de superfaturamento de ao menos R$ 42 milhões nas obras da Arena Pernambuco, baseado em perícia da Polícia Federal, e de favorecimento à Odebrecht pelo comitê gestor.

Em nota ao jconline, o Governo de Pernambuco diz que “não participa e nem participou de nenhuma formação de cartel entre as empreiteiras para a Copa de 2014”. Diz que “também não existe nenhuma justificativa para a reiterada tentativa de veicular os nomes de Paulo Câmara, do prefeito Geraldo Julio e do deputado Tadeu Alencar a qualquer insinuação de irregularidades”. Na nota, o governo do estado afirma que “não houve superfaturamento” e que o terreno foi validado pela Fundação Getúlio Vargas e nunca questionado pelo Tribunal de Contas do Estado. Do JC Online.