Os
policiais e bombeiros militares em Pernambuco podem entrar em greve por tempo
indeterminado. A decisão deve ser colocada em votação durante a assembleia
geral da categoria, marcada para as 13h da próxima sexta-feira, em frente à
Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). De lá, os PMs prometem seguir em
caminhada até o Palácio do Campo das Princesas.
A
assembleia vai deliberar sobre a resposta do governo do estado à pauta de
reivindicações, que deverá ser dada em uma reunião de negociação marcada para a
manhã da mesma data. A possibilidade começou a ser mais fortemente cogitada
pela corporação após uma entrevista concedida pelo secretário de Administração
Milton Coelho a um programa de rádio local. A categoria teria ficado
instafisfeita ao ouvir críticas à pauta de reivindicações e a negativa de
reajuste salarial que, segundo a classe, vem sendo discutidas há cerca de dois
anos. A pauta de reivindicações, entregue ao governo no dia 13 deste mês, traz
como itens principais reposição salarial de 18,53%, mudança do Código
Disciplinar, reestrutração do Hospital da PM e implantação do plano de cargos e
carreiras da classe.
A
assembleia será realizada por quatro entidades representativas dentre elas, a
Associação de Praças de Pernambuco. De acordo com o presidente da ASPRA,
José Roberto Vieira, desde o último movimento realizado pela categoria na PMPE,
nada foi atendido. "Foram concedidas promoções, mas elas são apenas um dos
diversos itens da pauta. O secretário foi a uma rádio e teve a ousadia de
afirmar que, tirando a questão salarial, todos os demais itens da pauta
foram atendidos. Não foram. Estão sendo literalmente proteladas, em reuniões da
comissão permanente de negociação e das quais ele raramente participa”,
queixou-se.
Os
PMs e bombeiros reclamam que estão há dois anos sem reajuste salarial,
sem hora extra, adicional noturno, insalubridade. A associação acrescenta que
muitos PMs trabalham 15 serviços normais e mais 10 extras totalizando assim 25
dias trabalhado no mês, numa carga horária desumana, sem o devido retorno.
Vieira acrescenta que os militares não recebem novos fardamentos há muitos anos
e sofrem com um código disciplinar é perverso, com penas privativas de
liberdade por qualquer deslize, com um hospital sucateado, sem condições de
executar exames simples como de sangue e urina, vale refeição defasado. DP