Na
véspera da votação do impeachment no plenário da Câmara dos Deputados, a
presidente Dilma Rousseff decidiu focar a ofensiva do governo federal para
barrar o seu afastamento em deputados federais do Norte do Nordeste. Com a
ajuda de governadores das duas regiões, a petista passou o sábado (16)
telefonando para parlamentares na tentativa de recuperar apoios perdidos ou
aumentar ausências e abstenções na votação em plenário.
A
estratégia conta com as participações de governadores do Ceará, Piauí, Amapá,
Maranhão, Amazonas e Acre, todos de partidos contrários ao afastamento da
petista. O objetivo de conseguir maior vantagem no Norte é tentar evitar
um efeito manada a favor do impeachment na votação em plenário, já que os
deputados federais da região estão entre os primeiros que se pronunciarão no
domingo (17).
No
Nordeste, a avaliação é que os parlamentares indecisos seriam mais facilmente
convencidos, uma vez que eles sofreriam menos pressão do eleitorado em uma
região que garantiu boa votação para a petista na última eleição presidencial.
A
presidente passou a manhã e o início da tarde de sábado (16) disparando
telefonemas no Palácio do Alvorada. Além de ministros do núcleo político,
ajudaram ela os governadores do Ceará, Camilo Santana (PT), Piauí, Wellington
Dias (PT), Acre, Tião Viana (PT), e Amazonas, José Melo (Pros).
Desde
sexta-feira (15), o Palácio do Planalto deflagrou uma última ofensiva para
tentar barrar o processo de impeachment e, assim, conseguiu reverter alguns
votos a seu favor. A gestão petista reconhece que a situação é crítica,
mas um assessor presidencial diz que “o jogo ainda não está jogado” e a
presidente “não jogou a toalha”.
Se
conseguir barrar o impedimento no domingo (17), o governo avalia que será por
uma margem bastante apertada, de no máximo 180 votos, ausências ou
abstenções. Mesmo com a ofensiva na reta final, o Palácio do Planalto
reconhece dificuldades e já começou a buscar apoio para evitar o afastamento
definitivo da petista no Senado Federal.
Nas
palavras de um assessor presidencial, caso a presidente sofra uma derrota
superior a 20 votos no plenário da Câmara dos Deputados ao limite necessário
para a aprovação do impeachment, “dificilmente terá margem de negociação para a
etapa seguinte do processo”.