O movimento é organizado por caminhoneiros autônomos, um dia após manifestantes pró-governo pedirem, dentre outras pautas, o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, em diversos atos pelo país. Além desses temas, os motoristas que aderiram à paralisação cobram a redução dos impostos e do preço dos combustíveis.
Boletim
emitido na noite desta quarta pelo Ministério da Infraestrutura, com dados da
Polícia Rodoviária Federal, revela que o quadro se deteriorou rapidamente
durante o dia. No início da tarde, havia registros de problemas em quatro
estados. Na nota sobre a situação às 20h30, contudo, o número de estados com
pontos de concentração em rodovias federais chegou a 14 estados, dos quais 12
“com abordagem a veículos de cargas”.
O
texto, que não revela os estados da lista, prossegue: “Outras pautas regionais,
indígenas e de produtores locais também foram registradas”. O Metrópoles apurou
10 estados com problemas detectados: Goiás, Paraná, Espírito Santo, Santa
Catarina, Mato Grosso, Bahia, Tocantins, Maranhão, Rio de Janeiro e Rio Grande
do Sul.
Em
Santa Catarina, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) computou, nesta
tarde, ao menos 16 pontos de bloqueio em quatro rodovias federais. No Espírito
Santo, há mobilizações em ao menos 10 pontos.
“Pontos
de interdição nas rodovias federais no PR [Paraná] em decorrência de
manifestações: BR-376 Km 109 em Paranavaí e BR-376 Km 188 em Maringá. Estão
sendo retidos apenas veículos de carga. Veículos de passageiros e cargas
perecíveis estão liberados”, informou a PRF do Paraná, em comunicado via rede
social.
Em
Tocantins, a PRF informou ao Metrópoles que um grupo de pessoas
fechou a rodovia em Araguaína, utilizando pneus e um caminhão. “Ao que parece,
nem todos são caminhoneiros. Esse grupo está impedindo a passagem de caminhões
pela rodovia. A PRF já está no local tomando as devidas providências”, detalhou.
No
Rio de Janeiro, o fim da tarde viu a tensão aumentar. A PRF atende a duas
ocorrências em pontos distintos do estado. Em Seropédica, no km 13 da BR-465,
sentido RJ, cerca de 40 manifestantes tentam parar os caminhoneiros para
possível bloqueio da rodovia. Eles pedem para os motoristas ficarem parados ao
menos até amanhã, por “apoio a Bolsonaro e contra o STF”. Diversos caminhões
estão estacionados na via lateral, num espaço de 1,5 km, ainda não prejudicando
o trânsito.
Em
Campos dos Goytacazes, no km 75 da BR-101, aproximadamente 30 manifestantes
pararam diversos caminhões e fecharam a rodovia.
Em
nota, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística
(NTC&Logística) manifestou “total repúdio” às paralisações organizadas por
caminhoneiros, no ato que teria sido organizado por influência de supostos
líderes da categoria.
“Trata-se
de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e
reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação
Nacional dos Transportadores Autônomos”, explicou a entidade.
Segundo a NTC, o bloqueio nas rodovias poderá causar sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, “com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio, atingindo diretamente o consumidor final, de produtos de todas as naturezas, inclusive os de primeira necessidade da população, como alimentos, medicamentos, combustíveis etc.”.
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