Segundo
o deputado, alguns agentes estão se aproveitando do sucesso repentino para
investir em candidaturas futuras e com isso, de forma frequente, também abusam
do poder do cargo para perseguir pessoas ou grupos políticos adversários. “É
legítimo que qualquer servidor público tenha desejo de entrar na política, o
que não pode é usarem de seu papel público como uma forma de se inserir na
disputa para um mandato eletivo. Se você fizer um levantamento hoje, a bancada
de agentes públicos sejam delegados, juiz que tem na Câmara dos Deputados é um
número expressivo, ou seja, as pessoas querem o holofote do exercício do seu
cargo para entrar na vida pública, então é necessário uma quarentena para
entrar na vida pública como é feita em muitos países”, defendeu Coutinho.
O
parlamentar ainda destacou que o projeto, o qual define como “resistência da
política tradicional” contra o crescimento de alguns públicos na arena
política, não vai afastar servidores da vida pública. “Se eles exercem a função
deles, é legítimo que eles exerçam e continuem a exercer. O que não pode, é ele
exercer momentaneamente como um trampolim para entrar na política. E os
exemplos são os piores, como o governador do Rio de Janeiro, um juiz federal,
com toda a conversa de combate à corrupção, não aguentou dois anos e está sendo
cassado agora”, enfatizou.
Outro
ponto que o deputado federal declarou que a iniciativa não é para inibir que
agentes públicos que combatem a corrupção e destacou que toda e qualquer alteração
na regra deve ser feita um ano antes da eleição. “Como essa é uma matéria
polêmica, merece ter discussão, então eu acho muito pouco provável que possa
valer para a próxima eleição”, disse. “É um projeto que eu já vi muitos
deputados defenderem, o crescimento daqueles que se inseriram nessas condições
é muito grande, então, acho que terá uma boa receptividade”, complementou.
Na
perspectiva da delegada Patrícia Domingos, o projeto é um verdadeiro
retrocesso, além de ser anti-democrático. “Esse tipo de proposição demonstra a
terrível inversão de valores fomentada pela velha política, a qual teme
inclusive as ações combativas desses profissionais, especialmente contra
políticos corruptos. O povo legitimamente escolhe seus representantes, não
havendo qualquer razoabilidade em impedir que estes profissionais possam se
habilitar a um cargo eletivo”, afirmou.
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