terça-feira, 13 de abril de 2021

Deputada Gleide Ângelo diz não ter pretensões de disputar a Câmara Federal em 2022

                     Em entrevista ao Diário de Pernambuco, a deputada estadual Gleide Ângelo diz que ainda não sabe sobre seu futuro político e fala sobre Covid-19, políticas públicas, entre outros temas.

Com sua filiação ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) em abril de 2018, a delegada Gleide Ângelo dava início a uma caminhada que marcaria a cena política pernambucana. Os mais de 400 mil votos obtidos nas eleições daquele mesmo ano fez com que a socialista alcançasse um recorde histórico se tornando a deputada estadual mais votada da história da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Três anos após esse feito, a parlamentar, ainda não sabe qual será seu futuro na política. A julgar pela votação expressiva, o caminho natural poderia ser tentar uma vaga na Câmara Federal em 2022, o que ela descarta. "Uma coisa eu digo, não tenho pretensão de sair do estado", destacou. Pandemia, políticas públicas, permanência no PSB e carreira política também foram temas da entrevista ao Diario.

COVID-19


Como eu ja venho há 18 anos na Polícia Civil, então já venho de um lugar que aprendi a lidar com problemas. Então sei lidar com dificuldades, o maior problema é como essas dificuldades atingiram o estado, a pior parte é isso. Tenho recebido muitos pedidos de pessoas que estão com fome, querem comida, coisa que não acontecia antes, nem no meu primeiro ano de mandato. A gente precisa resolver isso, a falta de emprego também, é uma cadeia de problemas. É aí que entra o estado para reverter essa situação. É entrar com assistencialismo suprir urgente a necessidade básica e, ao mesmo tempo, buscar formas de gerar receita, e eu não vejo outra forma a não ser a vacina, porque só com ela podemos voltar à normalidade, e também à saúde financeira do estado. Em relação à forma como o governo federal tem conduzido o país em meio à pandemia, penso que quando você nega o problema fica muito difícil resolvê-lo. Para resolver, é preciso aceitar que o problema existe. Mas como não sou de pensar no problema e sim na solução, acho que é preciso aceitar que perdemos um ano, mas agora é resolver, ter pro-atividade que envolve compras de vacinas. E se desde o começo tivessse feito o dever de casa talvez não estivéssemos nesse caos total.

 POLÍTICAS PÚBLICAS

Não tem como resolver questões de vulnerabilidade social sem políticas públicas. A limitação que nós temos enquanto parlamentar é uma limitação constitucional, a Constituição de Pernambuco é uma das poucas do país que não permite que a gente (parlamentares) faça projeto que onere um real sequer ao Estado, um centavo não pode. Como é que faz política pública sem dinheiro?  Com isso, a gente pode articular, pedir, mas o poder de fazer a gente não tem. Quem cria, executa é o Poder Executivo.  Sendo assim, política tem que ter efetividade, e efetividade é quando você vai, conversa, explica. Acho muito mais rápido quando se vai pessoalmente. Tenho ido para vários municípios do interior do estado com prefeitos e prefeitas para fortalecer políticas públicas para mulheres. 

2022

O meu trabalho é em Pernambuco para cumprir aquilo que me comprometi no estado inteiro que é o combate à violência, principalmente nos grupos de vulnerabilidade. E ai vem as eleições de 2022. Não pensei nela ainda porque primeiro vou concluir o que precisa ser concluído, ainda tem muito trabalho daqui até a próxima eleição. Mas uma coisa eu digo: Não tenho pretensão de sair do estado. Acredito que ao que me proponho fazer é necessário que eu esteja aqui, percorrendo os municípios porque não é só fazer um projeto dentro da Alepe, é preciso levar o projeto para além da Alepe. Entrei na política porque passei 18 anos na polícia vendo quem mais é assassinado, quem mais sofre violência sexual, física... Quem vai proteger essa população se não for o estado, as políticas publicas? Eu entrei com esse olhar pra grupos que precisam de uma atenção especial, então eu vou ser mais útil pra esse grupo estando aqui ou em Brasília? Então, o meu pensamento hoje é de, no máximo, renovar meu mandato para deputada estadual. Amanhã não sei, estou falando hoje.  

COBRANÇA

O servidor público tem que pensar como empresa privada, que se você não der resultado você não é demitido. Então na política não vejo diferença, tenho que dar resultado. De seis em seis meses eu presto conta de tudo o que eu faço para que as pessoas tenham conhecimento do trabalho que desenvolvo. Então pra chegar em 2022 e pedir voto tenho que fazer o que estou fazendo agora, trabalhar percorrendo os municípios pra quando chegar as próximas eleições eu olhar para os eleitores e dizer a eles que estou pedindo voto porque fiz isso aqui durante quatro anos. Eu acredito que tem que ser assim.  

PSB 

Atualmente, não tenho motivos para sair do partido, não tenho problema com ninguém, não só apenas com o PSB, mas com partido nenhum. Politica é a arte de construir pontes é a arte de agregar. Escuto todo mundo, converso com todos na Alepe, não tenho nenhum problema. Quando  a gente é inteligente a gente junta forças, não divide. No dia que a gente focar na solução a gente transforma a política que a gente quer. Então, acho que meu grande problema hoje é saber como fazer mais para melhorar a vidas das pessoas. 

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