quinta-feira, 21 de maio de 2020

Gasolina sobe 12% no terceiro reajuste do mês


             No terceiro reajuste em duas semanas, a Petrobras elevará o preço de gasolina em 12% a partir desta quinta (21). O aumento segue a elevação das cotações internacionais do petróleo com o relaxamento das medidas de isolamento social em países europeus e nos Estados Unidos.

Somando os três reajustes, o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras já tem alta acumulada de 38% desde o dia 7 de maio, quando a estatal interrompeu uma sequência de cortes e promoveu o primeiro aumento após o início da pandemia. Com o novo aumento, o litro da gasolina sairá das refinarias da Petrobras a R$ 1,25.

O repasse ao consumidor depende de políticas comerciais de postos e distribuidoras. Segundo a estatal, o preço de refinaria representa 19% do preço de bomba - o restante são margens e impostos. Especialistas no setor dizem que, mesmo após a sequência de aumentos, o preço da gasolina no Brasil permanece menor do que as cotações internacionais.

De acordo com dados do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), na última sexta (15) o preço interno da gasolina estava quase 30% abaixo do preço do Golfo do México. A política de preços da Petrobras considera as cotações nos Estados Unidos, a taxa de câmbio e custos para importar e colocar o combustível no Brasil, além de margem de lucro. A empresa diz, porém, que os parâmetros de paridade internacional variam de empresa para a empresa.

Na semana retrasada, declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre aumento no preço da gasolina preocuparam o mercado. Bolsonaro disse que não iria intervir, mas questionou o primeiro reajuste pós-pandemia. "Pelo que sei, o petróleo não subiu lá fora. Não sei porque o petróleo brasileiro aumentou", disse o presidente. Em relatório intitulado "Fantasmas do passado?", o banco UBS afirmou que comentários do governo ampliavam a percepção de risco do investidor.

Para eles, a empresa precisaria anunciar reajustes para evitar perda de margens em suas operações de produção de combustíveis. Em maio, após o colapso do fim de abril, as cotações do petróleo voltaram a se recuperar, também com impacto da retomada da atividade em países da Europa e estados americanos.

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