quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Mais de 50% dos pretos e pardos aprovados na UFPE foram desclassificados em comissão de verificação


           A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou o resultado das avaliações da Comissão de Heteroidentificação e da Comissão de Verificação para Pessoa com Deficiência (Comissão de Verificação – PcD) referentes aos selecionados na primeira chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2020.

No primeiro listão do Sisu, 2.284 candidados se autodeclaravam pretos ou pardos. Desses, apenas 1.089 foram classificados pela comissão, isto é, 1.195 tiveram a seleção pelo sistema de cotas indeferida. Isso significa que 52,4% dos participantes selecionados nessa modalidade foram desclassificados.

As listas, publicadas nessa quarta-feira (5) no site do Sisu UFPE, têm um total de 1.166 nomes de candidatos selecionados para os cursos de graduação dos campi Recife, Caruaru e Vitória, sendo 1.089 na lista de pretos ou pardos e 77 - de 663 candidatos - na lista de pessoa com deficiência.

Os candidatos que passaram por uma ou pelas duas comissões e não encontraram o nome nas listas publicadas foram considerados inaptos e poderão recorrer do resultado. Os recursos contra decisões das duas comissões podem ser solicitados nestas quinta (6) e sexta-feira (7). O formulário online também está disponível no site da UFPE. Após o período de apresentação de recursos, as vagas que continuarem abertas serão preenchidas por candidatos da lista de espera do Sisu. 

Durante o período de pré-matrícula, ou seja, de entrega dos documentos, nos dias 31 de janeiro e 3 e 4 deste mês, a Comissão de Heteroidentificação avaliou os selecionados na primeira chamada do Sisu 2020 autodeclarados pretos ou pardos. Já a Comissão de Verificação para Pessoa com Deficiência fez a avaliação das pessoas com deficiência.

A diversidade racial dos universitários, em comparação com a população brasileira, é um dos indicadores da mudança de perfil das universidades. Em 2003, 51,96% da população do Brasil se autodeclarava branca. Nas instituições de ensino superior, essa porcentagem era de 59,4%. Por outro lado, os pardos representavam 41,47% da população do Brasil, mas só 28,3% dos estudantes se identificavam dessa forma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário