A
redução dos juros no crédito imobiliário realizada pela Caixa Econômica Federal
na terça-feira (8) não incluiu a linha corrigida pelo IPCA (índice oficial de
inflação) e deixou o banco com a quarta taxa mínima mais cara no financiamento
para a casa própria.
Os
cortes foram feitos tanto no SFH (Sistema Financeiro de Habitação), para
imóveis até R$ 1,5 milhão e que permite o uso do FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço), quanto no SFI (Sistema Financeiro Imobiliário), para aqueles
acima desse valor e sem a possibilidade de uso do fundo.
O
banco, que detém cerca de 70% do crédito habitacional do país, reduziu a taxa
mínima do juro de 8,5% para 7,5%, além da TR (Taxa Referencial). A máxima
recuou de 9,75% para 9,5%.
Comparado
com grandes bancos que emprestam também com recursos do SBPE (Sistema
Brasileiro de Poupança e Empréstimo) e em linhas corrigidas pela TR, o juro
mínimo cobrado pelo banco é o quarto mais caro.
Somente
o Santander Brasil, cujas taxas partem de 7,99% mais TR, tem juro mínimo
superior ao da Caixa.
Nos
dois casos, as melhores condições são oferecidas a quem tem relacionamento com
o banco, como seguros ou conta-salário.
A
taxa mínima mais barata é do Bradesco, que cobra 7,3% ao ano mais TR. Banco do
Brasil (7,4% mais TR) e Itaú (7,45% mais TR) vêm em seguida.
As
reduções se inserem em um contexto de corte da taxa Selic pelo Banco Central.
No dia 18 de setembro, o BC decidiu reduzir o juro básico para 5,5% ao ano.
O
Boletim Focus, que reúne expectativas de economistas e instituições
financeiras, vê a Selic em 4,75% ao ano no final de 2019.
Nesta
terça, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou que as taxas no crédito
imobiliário poderão ter novas quedas caso a Selic siga caindo.
"Nós
reagiremos a quaisquer movimentos de redução das taxas de juros pelo Banco
Central. Se o Banco Central continuar reduzindo juros, nós seguiremos essa
redução", afirmou.
Pelos
próximos seis meses, no entanto, a queda ficará restrita ao crédito atrelado à
TR, segundo o presidente do banco. Na linha corrigida pelo IPCA, considerada
muito nova por Guimarães, as taxas foram mantidas no mesmo patamar estabelecido
no lançamento do produto, em agosto.
O
juro mais baixo, oferecido também a clientes do setor público e com maior
relacionamento com o banco, é de IPCA mais 2,95% ao ano. Para o setor privado,
a taxa parte de 3,25% ao ano mais IPCA.
Nos
dois casos, a taxa máxima foi mantida em IPCA mais 4,95% ao ano -oferecida a
quem não tem relacionamento com o banco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário