quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Caixa reduz juros do crédito imobiliário


              A redução dos juros no crédito imobiliário realizada pela Caixa Econômica Federal na terça-feira (8) não incluiu a linha corrigida pelo IPCA (índice oficial de inflação) e deixou o banco com a quarta taxa mínima mais cara no financiamento para a casa própria.

Os cortes foram feitos tanto no SFH (Sistema Financeiro de Habitação), para imóveis até R$ 1,5 milhão e que permite o uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), quanto no SFI (Sistema Financeiro Imobiliário), para aqueles acima desse valor e sem a possibilidade de uso do fundo.

O banco, que detém cerca de 70% do crédito habitacional do país, reduziu a taxa mínima do juro de 8,5% para 7,5%, além da TR (Taxa Referencial). A máxima recuou de 9,75% para 9,5%.

Comparado com grandes bancos que emprestam também com recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) e em linhas corrigidas pela TR, o juro mínimo cobrado pelo banco é o quarto mais caro.

Somente o Santander Brasil, cujas taxas partem de 7,99% mais TR, tem juro mínimo superior ao da Caixa.

Nos dois casos, as melhores condições são oferecidas a quem tem relacionamento com o banco, como seguros ou conta-salário.

A taxa mínima mais barata é do Bradesco, que cobra 7,3% ao ano mais TR. Banco do Brasil (7,4% mais TR) e Itaú (7,45% mais TR) vêm em seguida.

As reduções se inserem em um contexto de corte da taxa Selic pelo Banco Central. No dia 18 de setembro, o BC decidiu reduzir o juro básico para 5,5% ao ano.

O Boletim Focus, que reúne expectativas de economistas e instituições financeiras, vê a Selic em 4,75% ao ano no final de 2019.

Nesta terça, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou que as taxas no crédito imobiliário poderão ter novas quedas caso a Selic siga caindo.

"Nós reagiremos a quaisquer movimentos de redução das taxas de juros pelo Banco Central. Se o Banco Central continuar reduzindo juros, nós seguiremos essa redução", afirmou.

Pelos próximos seis meses, no entanto, a queda ficará restrita ao crédito atrelado à TR, segundo o presidente do banco. Na linha corrigida pelo IPCA, considerada muito nova por Guimarães, as taxas foram mantidas no mesmo patamar estabelecido no lançamento do produto, em agosto.

O juro mais baixo, oferecido também a clientes do setor público e com maior relacionamento com o banco, é de IPCA mais 2,95% ao ano. Para o setor privado, a taxa parte de 3,25% ao ano mais IPCA.

Nos dois casos, a taxa máxima foi mantida em IPCA mais 4,95% ao ano -oferecida a quem não tem relacionamento com o banco.

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