O
Ministério Público de Contas (MPCO) ingressou com uma representação no
Ministério Público Federal (MPF) e denunciou irregularidades em contratos entre
a empresa Casa de Farinha e o Hospital dos Servidores do Estado (HSE). Segundo
o órgão, que atua perante o Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE), houve
superfaturamento de R$ 415 mil, durante quatro anos, no serviço de entrega de
refeições.
A
empresa é investigada na operação Castelo de Farinha, que apura fraudes em
licitações para compra de merenda escolar em Ipojuca, no Grande
Recife. Também há denúncias envolvendo a Casa de Farinha nas prefeituras
do Recife e do Cabo de Santo Agostinho, esta última na Operação
Ratatouille.
As
irregularidades denunciadas são referentes ao fornecimento de refeições no
hospital, localizado na Zona Norte do Recife. A representação foi assinada
pela procuradora-geral Germana Laureano e encaminhada à procuradora Sílvia
Regina Pontes Lopes, chefe do Núcleo de Combate à Corrupção do MPF em
Pernambuco.
Segundo
Germana Laureano, embora o hospital seja gerenciado pelo Instituto de Recursos
Humanos (IRH), autarquia do governo do estado, o caso foi denunciado ao MPF por
receber recursos federais. Ela explica que o instituto contratou a Casa de
Farinha por quatro anos, sem licitação.
"O
IRH passou quatro anos argumentando emergência para contratar sem licitação,
sempre a Casa de Farinha. Além disso, era comum que, nesse período, a empresa
chegasse a prestar o serviço sem nenhuma cobertura contratual. Dos R$ 13
milhões pagos no período, R$ 4 milhões foram repassados sem contrato",
afirma a procuradora.
Ainda
segundo Germana Laureano, as condutas verificadas têm fortes indícios de crimes
contra a Lei de Licitações e de improbidade administrativa. Além da denúncia ao
MPF, um processo corre no TCE-PE.
Segundo
a denúncia, o sobrepreço chega a R$ 415.766,28. O MPCO afirma, ainda, que para
que as refeições fossem fornecidas, mesmo sem contrato, havia anuência do IRH,
que fazia pagamentos à Casa de Farinha alegando "indenização" pelas
refeições fornecidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário