Pernambuco
é o estado com o pior saldo de criação de empregos em todo o Brasil tanto no
primeiro trimestre deste ano quanto nos últimos 12 meses. Os dados são do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pela Secretaria
de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. No mês de março, o estado
ficou como quarto pior no índice de vagas negativas, uma posição mais
confortável do que a de fevereiro, quando Pernambuco teve o pior saldo de vagas
do Brasil.
Outro
dado que impressiona é que o interior do estado foi o interior com pior saldo
de vagas para março de todo o país e, Recife, teve o quarto pior saldo entre as
capitais pesquisadas. Nos números nacionais, o Brasil teve saldo negativo em
março de 43.196 vagas fechadas. Já no acumulado do ano (janeiro a março), houve
saldo positivo de 179.543 vagas.
O
emprego foi positivo em oito estados: Minas Gerais (5.163 postos); Goiás
(2.712); Bahia (2.569); Rio Grande do Sul (2.439); Mato Grosso do Sul (526);
Amazonas (157); Roraima (76) e Amapá (48). Os maiores saldos negativos foram
registrados em Alagoas (-9.636 postos); São Paulo (-8.007), Rio de Janeiro
(-6.986); Pernambuco (-6.286) e Ceará (-4.638).
Entre
as regiões, a maior queda ocorreu no Nordeste, com o fechamento de 23.728 vagas
de emprego formal. No Sudeste, foram encerrados 10.673 postos; no Norte, 5.341;
no Sul, 1.748; e no Centro-Oeste, 1.706.
Para
André Magalhães, professor do departamento de economia da Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE), os resultados apontam que a recessão acabou, mas a crise
econômica brasileira não. Segundo ele, Pernambuco teve uma grande
desmobilização de empregos em obras como a refinaria e o estaleiro, que não
decolaram.
“Eram
investimentos que atrairiam outros. Tivemos gastos com a Arena e depois isso
não gerou nenhum retorno. O discurso político é que as contas estão
equilibradas, mas a verdade é que o governo deve mais de R$ 1 bilhão a
fornecedores. São empresas privadas que, muitas vezes, acabam quebrando por
causa dos atrasos da administração pública. A previdência do estado também está
com um deficit alto, de quase R$ 3 bilhões. O governo também não está podendo
pegar dinheiro emprestado para investir, então, as perspectivas parecem
piores.”
Alberes
Lopes, secretário do Trabalho, Emprego e Qualificação, esclarece que em 2018, o
Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco cresceu 2,5% enquanto o Brasil
registrou 1,3.
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