Na
primeira entrevista depois de sua posse, dada ao SBT, o presidente Jair
Bolsonaro (PSL) afirmou que poderá acabar com a Justiça do Trabalho.
"Qual país que tem [Justiça do Trabalho]? Já temos a Justiça normal",
afirmou. De acordo com Bolsonaro, o país tem mais ações trabalhistas que
todo o mundo. Ele voltou a dizer que há no Brasil um excesso de proteção ao
trabalhador. Também comparou a relação entre patrão e empregado ao casamento:
"É como um casal, se tem excesso de ciúmes não dá certo".
O
presidente afirmou que não irá acabar com o CLT (Código de Leis
Trabalhistas), mas que, assim como foi feito com a reforma trabalhista, irá
atuar para flexibilizar os contratos de trabalho. Ele disse que no país há
"muitos direitos e pouco emprego".
"Quando eu disse que era difícil ser patrão no Brasil, os sindicatos disseram que difícil é ser empregado. A eles, eu responderia que mais difícil é ser desempregado", afirmou.
Bolsonaro voltou
a comparar o Brasil com os Estados Unidos em relação às leis
trabalhistas. "Olha lá nos EUA, eles não têm direito do trabalho e
têm emprego", disse.
Durante
a entrevista, o presidente ainda falou sobre a idade mínima para aposentadoria.
Segundo Bolsonaro, o seu governo deverá aproveitar a reforma que já está
na Câmara dos Deputados, concebida durante o governo de Michel Temer.
"A boa reforma é aquela que passa na Câmara e no Senado, e não a que
está na minha cabeça ou da equipe econômica", afirmou.
Bolsonaro
disse que pretende enviar para o Congresso uma Reforma da Previdência com 57
anos de idade mínima para mulher se aposentar e 62 anos para os homens, mas não
detalhou como seria essa mudança.
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