Cerca
de R$ 500 mil foram desviados da Câmara de Vereadores de Paulista, no
Grande Recife, através de salários de funcionários fantasmas e diárias
destinadas a eles, de acordo com a Polícia Civil. Nesta segunda (10), foi
deflagrada a operação Chaminé II, que prendeu três pessoas envolvidas em
lavagem de dinheiro e peculato, quando o servidor público se beneficia
ilegalmente do cargo.
Ao
todo, foram expedidos seis mandados de busca e apreensão e quatro mandados de
prisão, dos quais três foram cumpridos. Uma pessoa segue foragida. Entre os
presos, está o irmão do vereador Iranildo Domicio de Lima, Ivan Domicio; uma
ex-assessora do parlamentar, Paula Monteiro; além do ex-policial militar e
motorista do vereador, Pedro Paulo, cujo sobrenome não foi divulgado. Este
último foi preso com uma arma de fogo.
De
acordo com o delegado Diego Pinheiro, da 2ª Delegacia do Departamento de
Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco), foram sequestrados imóveis
que, juntos, têm valor estimado de R$ 500 mil. As informações foram divulgadas
durante a inauguração da sede desse novo departamento da Polícia Civil.
“Se
trata de um apartamento e duas casas, todos em Paulista, que seriam do
ex-presidente da Câmara dos Vereadores Iranildo Domicio de Lima, mas estavam em
nome de terceiros, o que indica a lavagem de dinheiro. Esses bens teriam sido
obtidos por meio dos desvios nos salários de funcionários fantasmas, que tinham
cargos comissionados”, diz o delegado.
Iranildo
havia sido alvo da Operação Chaminé I e era uma das cinco pessoas presas
por suspeita de integrar uma organização criminosa que atuava na Câmara de
Vereadores de Paulista. A ação investiga desvios em contratos para realização
de obras em Paulista e foi deflagrada em agosto deste ano. Segundo a polícia, o
ex-presidente da Câmara conseguiu liberdade provisória na Justiça cerca de uma
semana antes da deflagração da segunda fase da operação.
Segundo
o delegado, ao todo, foram contratados oito funcionários que não trabalhavam na
Câmara. Alguns deles sequer sabiam que tinham vínculo com o Poder Legislativo.
Os integrantes se aproveitavam da baixa escolaridade das pessoas para pedir
documentos e ‘contratá-los’. Alguns recebiam uma ajuda, como R$ 50, que o
vereador dizia dar como ajuda de custo. Na verdade, era uma parte muito pequena
do salário dessas pessoas.
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