O que alguns chamam de novo tempo na política vem mostrando sua real face. A
Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Pernambuco (MFP) anunciaram,
na tarde desta quinta-feira (8), que vão abrir investigações sobre ameaças que
alguns professores e estudantes da Universidade Federal de Pernambuco estão
sofrendo dentro do campus no Recife.
Panfletos
distribuídos dentro da UFPE mostram uma lista com nomes de alunos e docentes
intitulada de "Doutrinadores e alunos que serão banidos do Centro de
Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) em 2019". No fechamento, também é
feita alusão ao presidente eleito Jair Bolsonaro: “o mito vem aí”.
O
MPF instaurou dois inquéritos, sendo um na esfera cível e outro na criminal. Os
responsáveis pelas apurações são os procuradores da República Carolina de
Gusmão Furtado (cível) e Fábio Holanda Albuquerque (criminal).
De
acordo com o Ministério Público Federal, ainda foram solicitadas à UFPE, em
ambas investigações, mais informações complementares sobre os fatos num prazo
de até dez dias úteis. O Ministério Público pede que a universidade informe se
já foram identificados eventuais responsáveis pela confecção dos panfletos, se
ainda há materiais expostos ou sendo distribuídos nas dependências da
instituição de ensino, se será oferecido acolhimento e suporte institucional
aos discentes e docentes intimidados, bem como que indique quais foram as
medidas adotadas para sanar as irregularidades.
Apesar
de aberto inquérito, a Polícia Federal não deu mais detalhes sobre o caso:
"recebemos o expediente da UFPE sobre ameaças que estão ocorrendo contra
alguns professores e alunos em documento apócrifo, vamos iniciar os
procedimentos cabíveis mas não comentamos nem nos pronunciamos sobre
investigações que estão em andamento", diz a nota emitida pela PF.
A
investigação foi aberta após a UFPE formalizar um comunicado, no qual pediu
esclarecimentos sobre o caso à polícia e ao Ministério Público Federal (MPF),
nessa quarta-feira (7). A universidade também anunciou, por meio de nota, que
abriu sindicância para apurar as ameaças.
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