O
senador Armando Monteiro (PTB-PE) culpou, nesta terça-feira (29), o governo
pela alta de preços do óleo diesel que provocou a crise da greve dos
caminhoneiros. Em
debate com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, durante audiência pública na
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o petebista disse que o governo adotou
uma política de choque de preços dos combustíveis num momento absolutamente
inoportuno, de desaceleração da economia.
“Esta
crise já estava contratada. Para resolver o problema do endividamento da
Petrobras, que era dramático, o governo endereçou à sociedade uma política de
preços maluca do reajuste dos combustíveis, absolutamente imprevisível, numa
conjuntura econômica de baixa demanda. Houve imprudência e insensibilidade, que
desaguaram na crise aguda pela qual está passando o país inteiro”, declarou.
Segundo
Armando, colaborou para a prática de reajustes constantes dos combustíveis num
cenário de baixa atividade econômica o fato do governo federal e dos governos
estaduais serem “sócios” dessas altas de preços, pela elevada tributação dos
combustíveis. O petebista informou que, no primeiro quadrimestre do ano, a
receita da União com os impostos sobre derivados de petróleo cresceu 57,8% em
relação a igual período de 2017, atingindo cerca de R$ 22 bilhões. “O governo
federal e os governos estaduais estavam numa situação confortável e espetaram a
conta na sociedade”, assinalou.
O senador pernambucano enfatizou que o monopólio da Petrobras
permite a prática de reajustes abusivos de preços. Defendeu, por isso, “uma
regulação mais forte nos preços da Petrobras, de modo a buscar tarifas próximas
dos custos médios de produção e que ao mesmo tempo incentivem a busca de
eficiência”.
O
ministro da Fazenda não respondeu a duas das cinco indagações que lhe fez
Armando Monteiro na audiência pública da CAE. Alegando que os dois temas
estavam afetos diretamente ao Ministério dos Transportes e que, por isso, não
dispunha de dados, Eduardo Guardia não soube dizer se a isenção do pedágio para
eixo suspenso dos caminhões será compensada pelo aumento do pedágio para todos
os outros motoristas e se a tabela mínima dos fretes, ao não levar em conta os
efeitos sazonais, não terá impacto inflacionário. Ambas as medidas estão
contidas em medidas provisórias baixadas pelo governo para acabar com a greve.
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