sábado, 27 de setembro de 2025

PT aposta no verde e amarelo e prepara nova fase de comunicação política

            O Partido dos Trabalhadores (PT) vai adotar uma estratégia simbólica que marca uma mudança importante em sua comunicação: resgatar o uso das cores da bandeira nacional em sua identidade visual. A decisão já será perceptível na próxima leva de inserções partidárias em rádio e televisão, prevista para outubro, e sinaliza o início da formatação da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição em 2026.

A mudança ocorre em meio à recente reviravolta política no país, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão, e à participação de Lula na 80ª Assembleia-Geral da ONU. Segundo dirigentes petistas, trata-se de um movimento para “desavermelhar” a imagem do partido e disputar de volta o monopólio dos símbolos nacionais.

De acordo com o novo secretário de Comunicação do PT, Éden Valadares, as manifestações populares contra a PEC da Blindagem e contra o projeto de anistia, somadas às articulações do deputado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, abriram caminho para a retomada do verde e amarelo.

“A extrema-direita perdeu o monopólio das cores nacionais. Vamos mostrar as cores e as caras do Brasil, com a Amazônia, o sertão, os pampas e os grandes centros urbanos”, afirmou Valadares.

Nos comerciais, a cena da imensa bandeira brasileira estendida na Avenida Paulista no último dia 21 — contraposta à bandeira dos Estados Unidos exibida por apoiadores de Bolsonaro no ato de 7 de Setembro — será um dos pontos de destaque.

A agência Leiaute, responsável pela nova produção, já trabalhou para o PT em campanhas anteriores e tem histórico com o publicitário Sidônio Palmeira, hoje ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom). Sidônio foi o responsável pela propaganda eleitoral de Lula em 2022 e deverá desempenhar função semelhante em 2026.

Os próximos filmes devem valorizar a imagem internacional de Lula, especialmente sua fala na ONU, que reforçou a defesa da democracia e da soberania nacional. Além disso, assuntos recentes da pauta legislativa — como a rejeição da PEC da Blindagem, que impediria processos criminais contra parlamentares sem aval do Congresso — devem aparecer de forma indireta, sem menções nominais.

Apesar da linha oficial do partido, a votação da PEC expôs divergências internas. Pelo menos 12 deputados petistas se manifestaram a favor da proposta em determinado momento, e outros oito apoiaram a manobra para instaurar o voto secreto na Câmara. A cúpula do PT tenta minimizar o episódio e consolidar uma imagem de unidade, alinhada ao novo discurso público.

A decisão de vestir o verde, o amarelo, o azul e o branco é vista por analistas como um gesto político de ressignificação. Para o partido, trata-se não apenas de resgatar símbolos nacionais, mas de associá-los a uma narrativa de inclusão social, diversidade e defesa da democracia — em contraste com a apropriação da bandeira por grupos bolsonaristas nos últimos anos. 

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