A mudança ocorre em meio à
recente reviravolta política no país, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão, e à
participação de Lula na 80ª Assembleia-Geral da ONU. Segundo dirigentes
petistas, trata-se de um movimento para “desavermelhar” a imagem do partido e
disputar de volta o monopólio dos símbolos nacionais.
De acordo com o novo
secretário de Comunicação do PT, Éden Valadares, as manifestações populares
contra a PEC da Blindagem e contra o projeto de anistia, somadas às
articulações do deputado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, abriram caminho
para a retomada do verde e amarelo.
“A extrema-direita
perdeu o monopólio das cores nacionais. Vamos mostrar as cores e as caras do
Brasil, com a Amazônia, o sertão, os pampas e os grandes centros urbanos”,
afirmou Valadares.
Nos comerciais, a cena da
imensa bandeira brasileira estendida na Avenida Paulista no último dia 21 —
contraposta à bandeira dos Estados Unidos exibida por apoiadores de Bolsonaro
no ato de 7 de Setembro — será um dos pontos de destaque.
A agência Leiaute,
responsável pela nova produção, já trabalhou para o PT em campanhas anteriores
e tem histórico com o publicitário Sidônio Palmeira, hoje ministro da
Secretaria de Comunicação Social (Secom). Sidônio foi o responsável pela
propaganda eleitoral de Lula em 2022 e deverá desempenhar função semelhante em
2026.
Os próximos filmes devem
valorizar a imagem internacional de Lula, especialmente sua fala na ONU, que
reforçou a defesa da democracia e da soberania nacional. Além disso, assuntos
recentes da pauta legislativa — como a rejeição da PEC da Blindagem, que
impediria processos criminais contra parlamentares sem aval do Congresso —
devem aparecer de forma indireta, sem menções nominais.
Apesar da linha oficial do
partido, a votação da PEC expôs divergências internas. Pelo menos 12 deputados
petistas se manifestaram a favor da proposta em determinado momento, e outros
oito apoiaram a manobra para instaurar o voto secreto na Câmara. A cúpula do PT
tenta minimizar o episódio e consolidar uma imagem de unidade, alinhada ao novo
discurso público.
A decisão de vestir o verde, o amarelo, o azul e o branco é vista por analistas como um gesto político de ressignificação. Para o partido, trata-se não apenas de resgatar símbolos nacionais, mas de associá-los a uma narrativa de inclusão social, diversidade e defesa da democracia — em contraste com a apropriação da bandeira por grupos bolsonaristas nos últimos anos.
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